VEREADORA DE JOÃO PESSOA É PRESA PELA PF POR SUSPEITA DE ALICIAMENTO VIOLENTO DE ELEITORES
Raíssa Lacerda (PSB), candidata à reeleição, é aliada do prefeito Cícero Lucena (PP), com quem já atuou como secretária de Cidadania e Direitos Humanos
A vereadora Raíssa Lacerda (PSB) foi presa pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (19), durante nova fase da operação Território Livre. A operação investiga o envolvimento de facções criminosas na eleição de João Pessoa e o aliciamento violento de eleitores. Raíssa, candidata à reeleição, é aliada do prefeito Cícero Lucena (PP), com quem já atuou como secretária de Cidadania e Direitos Humanos, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. A Justiça determinou a prisão de seis pessoas, sendo quatro já cumpridas, incluindo outras figuras associadas à campanha e ao tráfico de influência em bairros periféricos.
As investigações revelam o controle de votos por facções em comunidades específicas, como São José, com Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos sendo uma das articuladoras. Taciana Batista e Kaline Neres também são apontadas como facilitadoras no esquema. Em etapas anteriores, a operação apreendeu R$ 35 mil e documentos de funcionários municipais.
A prisão de Raíssa intensificou o debate eleitoral em João Pessoa, com opositores acusando a gestão de Lucena de ter vínculos com o crime organizado. Alguns candidatos chegaram a solicitar a presença de tropas federais nas eleições.
Mensagens sugerem acordo entre facção e filha do prefeito de João Pessoa
Uma troca de mensagens entre um líder da facção criminosa Nova Okaida e Janine Lucena, filha do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), indica que eles firmaram um acordo de troca de cargos por acesso a comunidades comandadas pelo crime. Janine é a atual secretária da Saúde do Município e seu pai é candidato à reeleição nas eleições municipais de outubro.
De acordo com reportagem do UOL, as mensagens foram interceptadas durante uma investigação de um suspeito de tráfico de drogas em julho de 2022, período de pré-campanha eleitoral, pela força-tarefa formada por Ministério Público e as polícias Militar, Civil e Federal da Paraíba. No documento, são transcritas mensagens de um número atribuído à Janine com Jossiênio Silva dos Santos, o Ênio Chinês, conselheiro da Nova Okaida, maior facção da Paraíba.
No diálogo, Ênio reclama que quer melhores salários para sua esposa e filha e cobra uma ajuda de custo. Ele afirma ser “dono” de comunidades e avisa Janine que pessoas estariam barradas de entrar em algumas localidades até que ela resolvesse a situação. A filha do prefeito responde que “cumpriu o acordo” e estava tratando da nova reivindicação com Patrícia, esposa de Ênio e irmã de outros dois membros da facção.
De acordo com a investigação, Patrícia tinha um cargo de auxiliar de sala de aula e recebia um salário de R$ 1.679,13. Já a filha tinha cargo de auxiliar administrativo com salário de R$ 2.658,17 no mesmo período. Nenhuma das duas segue nos cargos.
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