SETOR FERROVIÁRIO REPUDIA ACORDO SOBRE PRODUÇÃO DE TRENS NA CHINA
As duas maiores entidades representativas do setor ferroviário afirmaram que “não há vácuo na indústria nacional a ser ocupado”
O setor ferroviário brasileiro manifestou “profunda indignação” após anúncio de parceria entre os governos brasileiro e chinês para produção de trens na China. Para eles, é “imprescindível que o Brasil priorize e valorize sua própria indústria ferroviária”.
Em nota conjunta da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) e do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), o setor afirma que “não há vácuo na indústria nacional a ser ocupado”.
“Quem arcou com estes elevadíssimos índices de ociosidade pela inconstância de pedidos, fomos nós, indústria ferroviária. O Estado brasileiro precisa zelar por nossas capacidades e garantir a geração de emprego e renda aos brasileiros”, defendem.
As duas maiores entidades do setor ferroviário nacional ainda ressaltam que a indústria ferroviária brasileira é “um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil”.
Além disso, a indústria tem um “potencial imenso” para gerar empregos, fomentar a tecnologia local e promover a sustentabilidade.
“Valorizar a indústria nacional é investir no presente e no futuro do Brasil. É hora de olhar para o que temos de melhor e construir um caminho sustentável para as nossas ferrovias”, finaliza o setor.
A nota é assinada pelo presidente da Abifer, Vicente Abate, e pelo 1º vice-presidente do Simefre, Massimo Giavina.
Parceria entre Brasil e China
Em evento junto com o líder chinês, Xi Jinping, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o apoio da China é “decisivo para tirar do papel rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão”.
Lula ponderou que “a viabilidade econômica desses projetos depende da capacidade de coordenação de nossos países para conferir a essas iniciativas escala regional”.
A declaração do petista foi dada, nesta terça-feira (13/5), em discurso na sessão de abertura do IV Fórum da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizado em Pequim, na China.
Por Mariana Andrade – Metrópoles