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PREVENÇÃO: CUIDADO COM A SAÚDE MENTAL É ESSENCIAL PARA EVITAR SUICÍDIOS

A prevenção ao suicídio e à automutilação passa em primeiro lugar pelo cuidado com a saúde mental. Essa é a visão dos especialistas que participaram de audiência pública promovida, na quarta-feira (20), pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).  A audiência foi feita para debater a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, instituída pela Lei nº 13.819 de 2019.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), autora do pedido para a audiência, lembrou que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que de aids, malária ou câncer de mama, por exemplo. Para a senadora, é importante ter a consciência de que os suicídios são um tema que deve ter atenção e atuação do poder público e de que se trata de um problema de saúde.

— Fica o recado para todos que estão nos assistindo: não tenha vergonha de dizer que está em processo de dor, em sofrimento. […] Procure ajuda, não subestime essa dor, não se sinta fraco.  Eu sou religiosa, vocês sabem disso. Às vezes eu vejo muitas pessoas religiosas não buscando ajuda porque alguém vai dizer para ele que é falta de fé, que é falta de Deus. Não é falta de Deus, não é falta de fé. É doença mental e a gente precisa entender — alertou a senadora.

Políticas Públicas

De acordo com o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), apesar de o Brasil já ter uma lei que trata da política de prevenção ao suicídio, as iniciativas, por enquanto, se concentram no setor privado. Ele apontou a ausência de uma política de assistência psiquiátrica e psicológica adequadas no Sistema Único de Saúde, além de medicamentos psiquiátricos na Farmácia Popular.  

— Nós temos um impasse, que é a ausência de política pública adequada para a assistência psiquiátrica que nós necessitamos no país. Pesquisas mostram que nós já temos psiquiatria de primeiro mundo no Brasil. Nós estamos exercendo no sistema privado e nós temos esses mesmos profissionais do sistema público. O que nós queremos é que seja dada no sistema público de saúde a qualidade e a resolutividade que nós damos no sistema privado — apontou o médico.

Fatores

O psiquiatra da infância e adolescência André de Mattos Salles, do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), também apontou os transtornos mentais como um fator muito presente nos casos de suicício e na automutilação. Além disso, ele disse que é preciso observar o histórico familiar e ter atenção a fatores como o cyberbullying [bullying por meios virtuais]. Ele lembrou que é preciso ter cuidado ao trarar do tema suicídio na imprensa, para evitar o efeito Werther [efeito de contágio provocado pela divulgação de casos de suicídio]. Ele explicou ainda o ciclo que envolve esses comportamentos autolesivos.

Ambiente escolar

diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do Ministério da Educação, Alexsandro do Nascimento Santos, falou sobre as estratégias para atender as crianças e adolescentes em sofrimento psíquico nas escolas. Segundo o diretor, há um esforço para a formação de professores para que eles possam identificar esses alunos, já que o sofrimento pode se manifestar em comportamentos de indisciplina, isolamento social e violência.

Ele lembrou, ainda, que muitos professores também estão em situação de sofrimento psíquico e também precisam de cuidados.

Por Agência Senado

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