PRESIDENTE DA COP28 DOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS APRESENTA PLANO PARA CÚPULA CLIMÁTICA ‘BRUTALMENTE HONESTA’
Sultan al-Jaber, chefe da gigante petrolífera ADNOC e presidente da “COP28” dos Emirados Árabes Unidos, discursa na conferência inaugural de tecnologia climática dos Emirados Árabes Unidos em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, em 10 de maio de 2023. REUTERS/Abdel Hadi Ramahi/Foto de arquivo
BRUXELAS, 13 Jul (Reuters) – Os países da cúpula climática da ONU deste ano devem enfrentar o quanto estão atrasados em relação às metas de mudança climática e concordar com um plano para entrar no caminho, disse o novo presidente do evento dos Emirados Árabes Unidos em Quinta-feira.
Em discurso apresentando o plano do país para a cúpula COP28, a ser realizada em Dubai em novembro, Sultan al-Jaber disse que o evento também deve render metas internacionais para triplicar energia renovável, dobrar a economia de energia e a produção de hidrogênio até 2030.
“Devemos ser brutalmente honestos sobre as lacunas que precisam ser preenchidas, as causas profundas e como chegamos aqui hoje”, disse Jaber em uma reunião em Bruxelas de ministros do clima e autoridades de países como Brasil, China e Estados Unidos. e membros da União Europeia.
“Então devemos aplicar uma resposta ampla, voltada para o futuro, orientada para a ação e abrangente para abordar essas lacunas de forma prática”, disse ele.
A cúpula COP28 será a primeira avaliação formal do progresso dos países em direção à meta do Acordo de Paris de limitar a mudança climática a 1,5 Celsius (34,7 Fahrenheit) de aquecimento. As atuais políticas e promessas dos países não atingiriam esse objetivo.
“Não podemos nos dar ao luxo de fazer um balanço sem sentido. Trata-se da responsabilidade de nossas atualizações anteriores, presentes e futuras”, disse o ministro canadense do Clima, Steven Guilbeault, na reunião de quinta-feira.
A avaliação na COP28 – conhecida como Global Stocktake – aumentará a pressão sobre os principais emissores para atualizar suas ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Jaber disse que todos os governos devem atualizar suas metas de redução de emissões até setembro, o que os Emirados Árabes Unidos fizeram no mês passado .
FUNDO PARA PAÍSES MAIS POBRES
Os Emirados Árabes Unidos, um grande exportador de petróleo da Opep, estão sob pressão para apresentar sua visão para a cúpula da COP28 e orientar os preparativos entre os quase 200 países que devem comparecer.
Uma rodada de negociações climáticas preparatórias das Nações Unidas em junho rendeu pouco progresso . Os países passaram dias discutindo questões, incluindo a possibilidade de discutir ações urgentes de redução de CO2 – conhecidas no jargão da ONU como “programa de trabalho de mitigação”.
Jaber, que também é chefe da ADNOC, empresa estatal de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, disse que a cúpula da COP28 também visa estabelecer um fundo prometido para compensar os países mais pobres onde as mudanças climáticas estão causando danos irreparáveis.
Os países finalmente concordaram nas negociações climáticas da ONU do ano passado em formar o fundo de “perdas e danos” – mas deixaram as decisões mais difíceis para depois, incluindo quais países deveriam pagar por ele.
As finanças dominaram as recentes negociações climáticas, já que as nações mais pobres exigem maior apoio para investir em energia de baixo carbono e lidar com custos crescentes de secas, inundações e aumento do nível do mar.
Jaber pediu uma “transformação abrangente” das instituições financeiras internacionais para liberar mais capital para enfrentar a mudança climática – ecoando ideias apresentadas por nações vulneráveis ao clima, incluindo a “Iniciativa Bridgetown” liderada por Barbados para reformar as instituições financeiras multilaterais.
Reportagem de Kate Abnett, Bart Meijer e Maha El Dahan; Edição por Emelia Sithole-Matarise
Por: Reuters
