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CANAL DO PANAMÁ ATINGIDO PELA SECA RESTRINGE AINDA MAIS A PROFUNDIDADE MÁXIMA DO NAVIO

CIDADE DO PANAMÁ, 21 de junho (Reuters) – O Canal do Panamá ampliará as restrições aos maiores navios que cruzam a hidrovia, uma das passagens comerciais mais movimentadas do mundo, disse o administrador da autoridade do canal nesta quarta-feira, citando águas mais rasas devido à seca.

A medida segue uma série de restrições de profundidade no canal de 80 quilômetros desde o início do ano devido a uma seca, que as autoridades esperavam que fosse aliviada com o início da estação chuvosa do país centro-americano.

O tráfego de navios, incluindo navios porta-contêineres e petroleiros, utilizando o canal entre o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico representa cerca de 3,5% do comércio global.

As novas restrições, que entrarão em vigor no domingo, limitam os porta-contêineres neo-Panamax a um limite de profundidade de 43,5 pés (13,3 metros), o que significa que eles devem transportar menos carga ou perder peso para flutuar mais alto.

O calado máximo anterior era de 44,0 pés.

Os navios Panamax, que usam as eclusas mais antigas do canal, também enfrentarão regras mais rígidas em 9 de julho, disse a administração do porto a clientes em um comunicado visto pela Reuters.

Ambas as classes verão um limite adicional aplicado em 19 de julho.

O administrador do porto, Ricaurte Vasquez, disse que a medida de 19 de julho dependerá de quanta chuva cai no sistema de lagos ao redor do canal, chamando a atual falta de chuva de “preocupante”, já que a bacia do canal também deve fornecer água potável adicional para os residentes.

El Nino, um fenômeno climático periódico de aquecimento, trouxe uma seca severa ao longo da costa do Pacífico.

Apesar das novas regras que limitam o peso dos navios, Vasquez disse que o fluxo de navios pelo canal continua conforme o esperado até agora.

Ele alertou que isso pode, no entanto, ter um impacto dependendo das chuvas e custos de rota mais altos devido aos novos limites.

Os limites não afetarão os transportadores de gás natural liquefeito (GNL), pois eles normalmente relatam calados de até 37 pés, de acordo com a autoridade do canal.

Foto: Tania Rego/Agência Brasil

Brasil estoca no solo o equivalente a 70 anos de emissões de CO2

Segundo Mapbiomas, degradação do solo agrava mudanças climáticas

Por Camila Boehm

Mapeamento do MapBiomas indica que o Brasil estoca no solo o equivalente a 70 anos de emissões de dióxido de carbono (CO2) do país. A entidade avalia que esta informação reforça a necessidade de preservação da cobertura de vegetação nativa dos biomas brasileiros. O CO2 é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa. 

Do total de 37,5 bilhões de toneladas (gigatoneladas – Gt) de carbono orgânico do solo (COS) existentes no Brasil em 2021, quase dois terços (63%) estão estocados em solos sob cobertura nativa estável (23,4 Gt COS). Apenas 3,7 Gt COS estão estocados em solos de áreas que foram convertidas para uso antrópico – ocupação pelo homem – desde 1985. 

Mata Atlântica e Pampa apresentam os maiores estoques médios de carbono orgânico do solo por hectare, na comparação com os demais biomas, média de 50 tonelada por hectare (t/ha) e 49 t/ha, respectivamente, enquanto na Amazônia este valor é de 48 t/ha. Os menores estoques são encontrados na Caatinga (média de 31 t/ha). Já em termos absolutos, Amazônia lidera, com 19,8 Gt COS. 

Entre 1985 e 2021 a quantidade de carbono estocado no solo coberto por floresta no Brasil reduziu de 26,8 Gt para 23,6 Gt, o que representa uma perda de 3,2 Gt, quantidade maior que todo o estoque da Caatinga em 2021 (2,6 Gt) e equivale a quase seis anos de emissões de gases de efeito estufa do Brasil. 

Preservação

De acordo com informações do MapBiomas, o solo é um dos quatro grandes reservatórios de carbono do planeta, junto da atmosfera, dos oceanos e das plantas, que absorvem carbono no processo de crescimento. O solo que estoca esse carbono orgânico, quando em estado de degradação, pode liberar o elemento para a atmosfera na forma de gás carbônico e metano, agravando as mudanças do clima. 

Segundo a professora Taciara Zborowski Horst, uma das coordenadoras do mapeamento, esse levantamento é inovador em muitos aspectos e mostrou que é possível fazer mapeamento em larga escala, para o Brasil inteiro, olhando para as mudanças que acontecem no solo. Ela acrescenta que isso só é possível graças aos dados e cobertura do Mapbiomas. 

“A gente conseguiu mostrar nesses mapas como as mudanças e o uso, como as decisões que são tomadas em relação ao planejamento territorial, afetam esse recurso solo. E também a gente coloca em evidência alguns biomas que muitas vezes são preteridos no discurso ambiental, como a Mata Atlântica que têm aí os maiores estoques de carbono por unidade de área. Existe um patrimônio abaixo do solo da Mata Atlântica que a gente precisa preservar”. 

Horst ressalta que, quando se discute qualquer tipo de política pública voltada para a preservação do bioma, é muito importante estar ciente de que a necessidade de preservação não é só acima do solo. “Abaixo do solo, a gente tem um estoque gigantesco de carbono que a gente tem que preservar e direcionar esforços para que a agricultura siga estocando carbono e evitar ao máximo a emissão disso para a atmosfera.” Ela alerta que o uso desse solo com elevado estoque de carbono pela agricultura e a conversão para pastagem colocam um risco de emissão desse carbono para a atmosfera. 

Segundo a pesquisadora, essa versão está sujeita a muitos aprimoramentos, mas é um avanço importante no mapeamento digital de solos e oferece subsídios valiosos para a conservação e uso sustentável do solo no Brasil. O objetivo é atualizar anualmente os dados do levantamento, que tem potencial para planejamento territorial, recuperação de áreas e aumento do estoque de carbono no solo. 

“A gente espera poder contribuir principalmente para planejamento, monitoramento e avaliação de políticas públicas que vão estar ligadas a melhoria de solo e principalmente à mitigação das mudanças climáticas”, finalizou.

Por: Agência Brasil

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