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BRASIL QUER AMPLIAR USO DE MOEDAS LOCAIS NO MERCOSUL

Proposta foi discutida durante 62ª Cúpula do Mercosul; sistema é responsável por só 4% das transações no bloco

A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, disse nesta 2ª feira (2.jul.2023) que um dos objetivos do Brasil na presidência do Mercosul será ampliar as transações em moedas locais entre os países do bloco.

Segundo a secretária, é preciso melhorar operacionalmente o SML (Sistema de Pagamentos em Moeda Local) que funciona por meio de transações bilaterais. O sistema de pagamento internacional é administrado pelo Banco Central do Brasil em parceria com os bancos centrais da Argentina, do Uruguai e do Paraguai –países que integram o Mercosul.

De acordo com o BC, o SML permite que pagamentos e recebimentos sejam efetuados diretamente em reais, sem a necessidade de moeda intermediária, como o dólar. O modelo elimina a necessidade de se ter contratos de câmbio, o que pode tornar as operações mais baratas. Entretanto, o sistema efetiva a conversão das moedas baseado no dólar.

Rosito participou da reunião da 62ª reunião ordinária do CMC (Conselho de Mercado Comum), realizado na 62ª Cúpula do Mercosul. O evento acontece em Puerto Iguazú, na Argentina. A cidade fica na fronteira com o Brasil e o Paraguai. Na 3ª feira (4.jul), os presidentes do bloco se encontrarão na cúpula. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará. Estarão presentes também os chefes de Estado dos outros países da América do Sul.

Segundo Rosito, as transações comerciais entre os países do bloco que utilizam o SML correspondem a apenas de 1% a 4%. “Hoje em dia ele tem funcionado muito aquém do seu potencial. E a gente acha que seu uso pode ser muito maior”, disse.

O sistema funciona por meio da negociação bilateral entre os países. Rosito afirma que, no médio prazo, ele pode se tornar multilateral, com o estabelecimento de regras comuns aos países.

A secretária destacou também que, nos últimos anos, o comércio entre os países do Mercosul diminuiu, enquanto as transações com o restante do mundo, especialmente os países asiáticos, aumentou.

“Acreditamos que temos muito mais potencial para que se aumente o comércio intrabloco e ele possa ser uma força de mitigação para os choques externos”, afirmou.

Por Mariana Haubert enviada especial a Puerto Iguazú (Argentina)= Poder360

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