VENDAS DA TESLA DESPENCAM NA ALEMANHA APÓS APOIO DO NAZISTA ELON MUSK À EXTREMA DIREITA
As vendas da Tesla na Alemanha despencaram 59,5% em janeiro, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Departamento Federal Alemão de Veículos Motorizados (KBA), divulgados nesta quarta-feira (7). O colapso da montadora americana ocorre enquanto o mercado de veículos elétricos no país segue em expansão, registrando um aumento de 53,5% no mesmo período. A queda coincide com o apoio público do CEO da Tesla, o nazista Elon Musk, ao partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), o que tem gerado forte rejeição entre consumidores alemães, segundo a Deutsche Welle.
Diferentemente da Tesla, outras fabricantes de elétricos conseguiram manter ou expandir sua participação no mercado. A crise da montadora é um reflexo não apenas do fim dos subsídios do governo alemão ao setor, mas também da deterioração da imagem de Musk na Europa. Especialistas apontam que o alinhamento do bilionário a líderes da ultradireita e seu envolvimento em disputas políticas internacionais afugentaram clientes no país.
Do topo à crise: a queda da Tesla na Alemanha
Em 2022, a Tesla liderava as vendas de veículos elétricos na Alemanha. Dois anos depois, caiu para a terceira posição, com apenas 9,9% de participação no mercado. No ano passado, os novos registros da Tesla sofreram uma queda de aproximadamente 26 mil unidades, totalizando menos de 38 mil. Nenhuma outra montadora enfrentou um colapso tão expressivo no volume de vendas.
A Alemanha é um dos principais mercados da Tesla na Europa, abrigando sua única fábrica no continente, em Grünheide, nos arredores de Berlim. O cenário de retração acende um alerta sobre o impacto da instabilidade política na confiança dos consumidores.
Rejeição a Musk e apoio à extrema direita
A deterioração da Tesla na Alemanha ocorre em meio ao apoio explícito de Musk à AfD, partido de extrema direita que se posiciona contra a transição para energias renováveis e tem uma postura cética em relação aos veículos elétricos. O bilionário tem defendido publicamente a sigla e reforçado sua aliança com Alice Weidel, líder da legenda, que atualmente aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, com 21%. A União Democrata Cristã (CDU), de centro-direita, lidera com 31%.
O empresário sul-africano naturalizado americano chegou a chamar o chanceler alemão Olaf Scholz (SPD) de “tolo”, aprofundando o desgaste de sua imagem no país. Para Ferdinand Dudenhöffer, diretor do Instituto de Pesquisa Automotiva da Alemanha, “ninguém quer ser associado a isso. Tesla e Musk estão quase inextricavelmente ligados”.
Crises globais e polêmicas de Musk
A derrocada da Tesla na Alemanha soma-se a uma série de episódios polêmicos envolvendo Musk ao longo de 2024 e 2025. Nos Estados Unidos, ele declarou apoio ao presidente Donald Trump e foi acusado de usar sua fortuna para influenciar eleições em estados estratégicos. Durante a posse do republicano, em janeiro, Musk protagonizou uma saudação nazista, gerando revolta internacional.
Além disso, o bilionário se envolveu em confrontos com o Supremo Tribunal Federal no Brasil, criticando decisões da Corte e alimentando teorias da conspiração sobre censura nas redes sociais. Na Austrália, Musk também entrou em atrito com o governo após autoridades apresentarem um projeto de lei para combater a disseminação de desinformação digital.
A série de controvérsias tem colocado em xeque a posição do empresário à frente da Tesla. Com consumidores cada vez mais atentos ao posicionamento das empresas e de seus líderes, a queda nas vendas na Alemanha pode ser apenas o primeiro sinal de uma reação global contra as declarações políticas de Musk.
por 247
