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ÚLTIMA CHANCE DA DÉCADA: VACINA CONTRA HIV ENTRA NA 3ª FASE DE TESTES

Estudo é o único que está em fase três, a última necessária para aprovação. Se não funcionar, o desenvolvimento do imunizante pode atrasar

Em uma das últimas oportunidades da década de conseguir uma vacina contra o vírus HIV, pesquisadores africanos deram início à fase três de testes do imunizante PrEPVacc, um conjunto de injeções contra o vírus da aids. Esta é a última etapa para a aprovação de uma vacina.

Nos últimos três anos, três outros imunizantes chegaram à essa fase, mas nenhum se provou eficaz em prevenir a infecção pelo vírus. Como o processo de teste e aprovação de vacinas é complicado, caso o PrEPVacc não tenha bons resultados, a comunidade científica duvida que alguma fórmula seja lançada antes de 2030.

A PreEPVacc está sendo testada com 1.513 participantes que se inscreveram no ensaio clínico até março de 2023. Os voluntários têm todos entre 18 e 40 anos e vivem na África do Sul, Uganda ou Tanzânia, países com altas taxas de contágio do HIV.

O desenvolvimento da fórmula foi financiado por instituições europeias, mas cientistas africanos da Medical Research Council/Uganda Virus Research Institute criaram a vacina e os testes também serão feitos apenas na África.

Como será o estudo da vacina

O ensaio vai testar quatro doses de duas opções de vacina. Nas etapas anteriores, cada uma delas teve cerca de 30% de eficiência, menor que o mínimo de 50% para aprovação.

Para tentar aumentar a eficácia do imunizante, ele será combinado com um esquema de PrEP de 26 semanas. A PrEP é um tratamento medicamentoso que impede a infecção, mas é preciso uso diário e contínuo do remédio para que funcione.

O estudo deve terminar em 2024. O objetivo é identificar se a forma combinada é capaz de ensinar o corpo a se prevenir a longo prazo do vírus sem precisar da administração diária dos medicamentos. A eficácia da vacina com a PrEP deve atingir, no mínimo, 70%.

“Os participantes do estudo PrEPVacc estão ajudando a ciência a progredir para encontrar um campo de prevenção mais amplo para o HIV e estamos verdadeiramente gratos a cada um deles”, agradece o médico Eugene Ruzagira, diretor dos testes em Uganda.

Por Bruno Bucis

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