TAXAÇÃO DOS SUPER-RICOS É “COMEÇO DE UMA JORNADA”, DIZ HADDAD EM ROMA
Em Roma, na Itália, o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, afirmou que a proposta de taxação dos super-ricos, um dos temas da presidência brasileira no G20 neste ano de 2024, é um “começo de uma jornada”.
“Esse tributo sobre os super-bilionários só faz sentido em escala global. Se não, ele não vai ser eficaz. E eu penso que é um começo de uma jornada”, admitiu ele, dizendo que o tema não deverá avançar em pouco tempo.
“Mas eu penso que é um ponto de partida muito grande a França, a Espanha já se declararem favoráveis a debater o tema, com profundidade, com troca de informações, com tudo que é exigido para um passo tão ousado quanto esse. E os demais países vão acabar sendo chamados a se manifestar”, completou.
Haddad falou com a imprensa na terça-feira (4/6), após se reunir com ministro das Finanças da Espanha, Carlos Cuerpo.
Segundo o ministro, a ideia de tributar os super-ricos não está isolada e não é possível resolver “com um remédio” um problema que exige enfrentamentos em várias áreas.
Apesar de ser uma proposta no G20, ela é antiga e já foi demandada, inclusive, pelos próprios bilionários (relembre abaixo).
Na visão dele, independente do resultado do G20 neste ano, a pauta de tributação não vai sair da agenda política internacional. “Acredito que é uma ideia que veio para ficar, junto com a reforma dos organismos multilaterais, junto com a questão do enfrentamento da dívida dos países pobres. É um conjunto de iniciativas que, na minha opinião, vão acabar tendo que ser debatidos no G20 e em outros fóruns importantes.”
Esse será um dos temas a ser tratado pelo ministro com o papa Francisco, em audiência no Vaticano na próxima quinta-feira (6/6). O pontífice é visto como um “defensor vocal da justiça social e da responsabilidade econômica” pela Fazenda, por isso, seu apoio é fundamental para ajudar na difusão mundial da proposta.