SUSPEITO DE MATAR IDOSOS NA ILHA DO GOVERNADOR É PRESO PELA POLÍCIA CIVIL
Luiz Carlos Vieira foi localizado na comunidade Praia da Rosa
A Polícia Civil prendeu, nesta terça (29), o suspeito de matar o casal de idosos na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Luiz Carlos Vieira foi localizado na comunidade Praia da Rosa, no bairro da Portuguesa. A polícia ainda não deu detalhes sobre a motivação do crime.
Os corpos de Selma Muniz Santos, de 76 anos, e Antônio Sidney Rocha Santos, de 68 anos, foram sepultados nesta segunda-feira, no Cemitério do Cacuia.
O casal foi encontrado morto dentro da casa onde morava, na Rua Amanda Guimarães, no bairro Portuguesa. Selma estava em cima da cama, com vários ferimentos. Já o esposo foi achado num outro cômodo, com lesões na cabeça. O Extra foi até o local e, segundo vizinhos, quem achou os corpos foi um dos filhos do casal. Ele teria pedido socorro na rua, acreditando que a mãe ainda estava com vida.
Segundo os relatos dos vizinhos, o filho teria combinado de almoçar com os pais na casa de uma parente e foi buscá-los. Chegando ao local, ainda de acordo com amigos da família, o rapaz encontrou o pai com a cabeça muito machucada num cômodo da residência e a mãe amarrada na cama do quarto, também ferida. Vizinhos contam que ele acreditou que Selma ainda estava viva e saiu correndo pela rua pedindo ajuda.
— Muito triste tudo isso que aconteceu. Nós estamos muito assustados porque aqui é um lugar muito tranquilo, agora fica todo mundo com medo. Os dois eram ótimas pessoas, não perturbavam ninguém. Duas pessoas boas, calmas e que quase nem saíam de casa — relata uma moradora que preferiu não ser identificada.
Outro morador da Rua Amanda Guimarães, que também não quis se identificar, disse que ninguém notou nada de estranho e nem teriam ouvido barulhos.
— A gente só foi saber que estava acontecendo alguma coisa quando o filho deles saiu pedindo ajuda mesmo. Um vizinho que é médico chegou a ir à casa, mas lá ele já disse que nenhum dos dois tinha vida. O filho acreditou que ela pudesse estar viva porque o corpo ainda estava quente. Foi um susto para todo mundo, ainda mais por acontecer uma coisa dessas com duas pessoas tão tranquilas — conta o morador.
Até a noite de segunda-feira, horas depois do sepultamento, o carro de Sidinei ainda estava estacionado na porta da casa do casal. Na varanda da casa, cercada com grades vazadas, era possível ver calçados na entrada da residência e uma rede estendida debaixo da janela.
A PM informou que, na tarde de domingo, o 17º BPM (Ilha do Governador) foi acionado para verificar uma ocorrência no endereço e encontrou o casal já morto.
Na residência dos idosos, que estavam casados há mais de 30 anos, a polícia apreendeu uma faca e um objeto de decoração, feito de madeira, ambos com marcas de sangue, que podem ter sido usados nas mortes. Não havia sinais de arrombamento no local. De acordo com o “RJTV”, dois celulares e uma carteira foram levados. Pessoas próximas à família desconfiam de que o assassino seja uma pessoa próxima. Câmeras de segurança instaladas em imóveis da Rua Amanda Guimarães podem ajudar a elucidar o crime.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada para fazer uma perícia no local e assumir as investigações sobre o caso. “Os agentes estão em busca de informações e realizam diligências para identificar a autoria e esclarecer a motivação do crime”, informou a Polícia Civil, em nota.
O enterro dos idosos aconteceu ontem à tarde, no Cemitério da Cacuia, reunindo dezenas de amigos e familiares, todos muito consternados. Abalados, os dois filhos do casal não quiseram falar com a imprensa. Um deles chegou a passar mal ao caminhar para o jazigo em que Selma e Antônio Sidinei foram sepultados juntos. Mais de 20 coroas de flores foram recebidas na cerimônia, que terminou com uma salva de palmas.
Selma era professora aposentada e há anos era voluntária numa igreja católica, atuando com 15 mulheres que cozinhavam para distribuir marmitas para a população em situação de rua. Também integrante desse grupo e amiga de Selma, Margarida do Céu esteve ontem no enterro e lamentou a tragédia. Segundo ela, as imagens de câmeras de segurança já foram entregues à polícia.
— É uma tragédia, vamos sentir muita saudade da Selma. Ela era uma pessoa tão boa, toda segunda-feira fazia questão de levar lanches pra gente. Isso tem que ser resolvido. O que nós sabemos é que as imagens (das câmeras) já foram entregues para a polícia. A família encontrou (os corpos) porque foram buscar a nossa amiga para ir almoçar no domingo, uma tristeza.
Prima de Antônio Sidinei, que era microempresário, Darlen Gonzaga disse que está sendo difícil para a família acreditar na perda dos dois:
— Eles eram pessoas justas, do bem, viveram para criar os dois filhos. Um excelente casal.