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‘SINTO SAUDADE E QUERO REVER MEUS FILHOS’, DISSE ‘MENDIGATO’ AO SER ENCONTRADO; EX-MULHER CONTOU QUE FILHA NÃO SABE QUE PAI ESTÁ NAS RUAS

Ex-mulher do ex-modelo não descarta ir à Justiça para tentar uma internação compulsória.

Após ser encontrado e levado para a delegacia pela Polícia Militar, depois de seis meses sumido, o ex-modelo Rafael Nunes da Silva, de 41 anos, conhecido como ‘Mendigato’ nas redes sociais, confidenciou aos agentes do projeto Lapa Presente que sente falta dos dois filhos: um menino de 8 e uma menina de 4 anos de idade. Por sua vez, segundo a ex-mulher de Rafael, a filha de ambos não sabe que o pai, atualmente, está morando nas ruas.

“Sinto saudade e quero rever meus filhos lá em Niterói”, disse Rafael a um dos agentes do Lapa Presente, em seguida foi embora.

A jornalista Clarissa Nogueira Costa Couto contou que o filho de 8 anos já entende o que está acontecendo com o pai e foi informado do seu desaparecimento.

“O [nosso filho] de 8 anos já tem total entendimento. Eu já conversei com ele uma vez, e evito que ele tenha acesso a qualquer situação. Já a [menina] de 4 não tem muita noção, por isso, é a que mais sofre. Acha que o pai não quer vê-la, que não a ama. Mas, a gente fala que ele está viajando e que lá não pega telefone”, diz Clarissa.

O ex-modelo, após sair da 5ª DP (Mém de Sá), optou por voltar às ruas após ser encontrado, na madrugada deste sábado (19). Sua ex-mulher que procura por ele desde fevereiro, chegou a ser contactada. Moradora de Niterói, ela não conseguiu chegar na delegacia a tempo de impedí-lo de ir embora novamente.

Agora, ela vive o drama da busca outra vez. Neste sábado, a jornalista caminhou por horas por ruas do Centro do Rio para tentar encontrá-lo e conversar com ele. Em vão.

“Como ex-mulher, teoricamente, essa responsabilidade não é minha, mas sou uma pessoa que tem muito discernimento das escolhas que a gente faz na vida. E eu escolhi que ele fosse pai dos meus filhos. Então, eu penso que preciso esgotar todas as tentativas antes de eles fazerem 18 anos, porque eu tenho certeza de que, se eles pudessem escolher, eles fariam o mesmo pelo pai. Eu tento me colocar no lugar deles. Enquanto eu puder, eu vou fazer o que eu acho que eles fariam”, relatou.

Ele foi encontrado pela equipe do Segurança Presente da Lapa na esquina das ruas Joaquim Silva e Morais e Vale, nas proximidades do Beco do Rato.

Equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social já tinham o abordado três vezes nas ruas do Rio este ano, mas em apenas uma delas ele aceitou ser levado para um abrigo, em abril.

“Aqui na delegacia, eles não puderam mantê-lo por muito tempo, porque ele manifestou desejo de continuar na rua, mas sabemos que uma pessoa com dependência química não tem condições de decidir o que é melhor para si. E ele apresenta traços esquizofrênicos causados pelo uso da droga. Então, ele precisa de medicamento, para ter uma vida normal e lidar com os problemas. Minha missão é encontrá-lo, conversar com ele, convencê-lo a ir ao hospital psiquiátrico. Se preciso for, vou pedir permissão na Justiça para uma internação compulsória. Acredito que ele mereça o mínimo de dignidade”, destacou.

Por Rafael Nascimento, g1 Rio

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