SILVIO ALMEIDA RETOMA COMISSÃO DE MORTOS E DESAPARECIDOS, EXTINTA POR BOLSONARO
Ministro dos Direitos Humanos encabeçou a solenidade que reuniu autoridades, ativistas e familiares de vítimas da ditadura militar
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, reabriu nesta sexta-feira (30), Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. A Comissão, extinta no final de 2022 pelo governo Bolsonaro, foi recriada em julho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o governo anterior, Jair Bolsonaro chegou a elogiar a Ditadura Militar (1964-1985), período que a Comissão investiga.
Em seu discurso, Silvio Almeida se emocionou ao definir a reinstalação da Comissão como um “momento de cura” para o país. Ele destacou a importância das políticas de memória como um processo de cura e respeito à vida. “A luta pela memória se transformou em uma batalha contra o revisionismo histórico, agora presente no mundo digital. O Brasil é um país sem luto, formado por tragédias e traumas. A reinstalação da Comissão é um momento ritualístico, de respeito à morte e à vida”, afirmou o ministro.
Eugênia Gonzaga, presidente da Comissão, também enfatizou a importância do trabalho coletivo na retomada das atividades. “É uma questão de reparação. Precisamos retomar o que foi destruído”, afirmou.
A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos foi instituída pela Lei nº 9.140 de 1995, com o objetivo de reconhecer como mortas as pessoas que, entre 1961 e 1988, foram vítimas de perseguição política e desapareceram. Desde sua criação, mais de 300 casos foram analisados, resultando no reconhecimento de mortes e no pagamento de indenizações às famílias. No entanto, suas atividades foram interrompidas em 2022 durante o governo Bolsonaro. Agora, com o apoio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e do governo federal, a Comissão retoma suas funções, buscando justiça e reparação.