SEM APOIO DOS EUA, ZELENSKY BUSCA DESESPERADAMENTE SUPORTE EUROPEU
Presidente ucraniano tenta fechar acordos estratégicos em meio à incerteza sobre ajuda militar dos Estados Unidos
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, usou as redes sociais nesta quarta-feira (5) para reforçar sua busca por apoio militar e econômico diante do enfraquecimento do suporte dos Estados Unidos. Em uma publicação no X (antigo Twitter), Zelensky afirmou estar pronto para assinar um acordo de cooperação estratégica com países europeus e destacou a necessidade de fortalecer parcerias diante da hesitação norte-americana.
“Estamos prontos para assinar um acordo bilateral de segurança que reflita os interesses da Ucrânia e garanta apoio contínuo de nossos parceiros. Este será um passo importante para a estabilidade na Europa”, escreveu Zelensky.
A declaração do líder ucraniano ocorre após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de encerrar o envio de bilhões de dólares em ajuda militar a Kiev. Durante a campanha eleitoral, o então candidato já havia deixado claro que não pretendia manter o financiamento da guerra e, ao assumir a Casa Branca, confirmou o corte total do auxílio. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev chegou a ironizar a dependência de Zelensky, afirmando que “o vira-lata nazista de Kiev foi deixado para morrer de fome pelo seu dono americano”.
A crise da dependência militar e econômica
Desde o início da guerra, a Ucrânia tem contado com o apoio irrestrito da OTAN, especialmente dos Estados Unidos, que já destinaram mais de US$ 75 bilhões para o governo ucraniano, segundo estimativas. No entanto, o cenário político em Washington tem se tornado cada vez mais desfavorável a Zelensky, com setores do Partido Republicano defendendo uma mudança na política externa e um redirecionamento de recursos para prioridades internas.
Diante desse impasse, Zelensky intensificou negociações com líderes europeus para compensar a possível perda do apoio norte-americano. Além da questão militar, o presidente ucraniano busca fechar um acordo para exportação de minerais estratégicos, essenciais para a indústria bélica e de alta tecnologia do Ocidente. “A Ucrânia tem reservas valiosas de minerais raros e pode ser um parceiro confiável para a Europa. Essa cooperação fortalecerá nossa economia e garantirá o futuro energético do continente”, afirmou o líder ucraniano.
A tentativa de aproximação com a Europa, contudo, não resolve o problema imediato da guerra. Sem armamento suficiente para conter o avanço russo, a Ucrânia enfrenta dificuldades cada vez maiores no campo de batalha. O desgaste das tropas e a falta de munição vêm sendo denunciados por militares ucranianos, enquanto Moscou intensifica suas ofensivas no leste do país.
O erro estratégico da OTAN e o isolamento de Zelensky
O desgaste diplomático de Zelensky reflete um erro de cálculo da OTAN, que, ao fomentar a resistência ucraniana sem oferecer uma solução de longo prazo, agora se vê diante de um impasse. A aliança militar liderada pelos EUA apostou no prolongamento do conflito como forma de enfraquecer a Rússia, mas o resultado tem sido uma Ucrânia devastada, economicamente quebrada e cada vez mais dependente de um auxílio que pode ser interrompido a qualquer momento.
A promessa de Kiev de se integrar à União Europeia e à própria OTAN, propagandeada por Zelensky como uma vitória diplomática, segue distante de se concretizar. O bloco europeu tem demonstrado hesitação em relação ao ingresso da Ucrânia, especialmente devido aos custos bilionários para reconstrução do país e às preocupações com a instabilidade política e militar da região.
Se o apoio norte-americano de fato for reduzido ou cortado, Zelensky pode se ver cada vez mais isolado no tabuleiro geopolítico. O entusiasmo europeu tem limites, e os custos do conflito começam a pesar para os aliados da Ucrânia. A incerteza sobre o futuro da guerra, somada ao desgaste interno do governo ucraniano, coloca em xeque a estratégia de resistência a qualquer custo.
A realidade se impõe: sem a máquina de financiamento dos EUA, a sobrevivência política
Por Brasil 247