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SEIS MESES APÓS ENCHENTES NO RIO GRANDE DO SUL, MAIS DE MIL PESSOAS AINDA VIVEM EM ABRIGOS

Seis meses após as devastadoras enchentes de maio, mais de 1.700 pessoas no Rio Grande do Sul ainda não conseguiram reconstruir suas vidas

Seis meses após as devastadoras enchentes de maio, mais de 1.700 pessoas no Rio Grande do Sul ainda não conseguiram reconstruir suas vidas e vivem em condições precárias em abrigos provisórios. De acordo com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social do estado, 40 abrigos em 23 municípios ainda acolhem famílias que perderam suas residências para as águas. Em destaque entre as áreas mais afetadas está o município de Encantado, localizado no Vale do Taquari, que abriga 221 dessas pessoas. As informações são do G1.

Um dos relatos é o de Fabiana de Paula, dona de casa que, junto ao marido e seus dois filhos, enfrenta uma dura rotina em um abrigo desde setembro de 2023. Após perder sua casa na primeira enchente daquele ano, ela viu o abrigo fornecido pela prefeitura ser novamente invadido pela água em maio, o que resultou em mais uma perda de todos os seus pertences. Desde então, sua vida tem sido uma luta diária pela sobrevivência e por uma moradia segura.

“Não está sendo fácil aqui dentro. É tanto tempo que a gente está aqui… É calor, ninguém respeita mais ninguém, todo mundo com [os nervos] à flor da pele. É bem cansativo”, desabafou Fabiana, resumindo o sofrimento compartilhado por milhares de desabrigados que, como ela, esperam uma solução definitiva do poder público.

Em resposta às demandas dos atingidos, o governo federal anunciou a destinação de R$ 2 bilhões para a compra de 10 mil residências para as famílias que perderam seus lares. Já o governo estadual comprometeu-se a investir R$ 66,7 milhões em moradias. Entretanto, enquanto as promessas não se concretizam, a realidade dos abrigos permanece, e a população mais vulnerável continua sofrendo as consequências de uma tragédia que já se estende por quase meio ano.

Fabiana expressa a angústia de todos que esperam pela segurança de um lar definitivo: “Eu quero minha casa própria, poder deitar com meus filhos e não mais me preocupar, deitar, dormir e dizer assim: ‘pode chover que não tem mais perigo'”. Esse desejo, simples e comum, tornou-se uma batalha para quem, como ela, vive sem a estabilidade de um teto seguro.

A situação precária dos desabrigados e a lentidão na execução dos projetos de habitação evidenciam a necessidade de medidas mais ágeis e efetivas para evitar o agravamento das condições dos que ainda estão abrigados. A cada dia que passa, a esperança de Fabiana e de tantas outras pessoas se renova com a promessa de uma vida longe das incertezas trazidas pela chuva, mas a realidade impõe uma espera que parece interminável.

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