SECA: RESERVATÓRIOS QUE ABASTECEM A GRANDE SÃO PAULO ESTÃO ABAIXO DA MÉDIA
A seca não afeta apenas São Paulo. Bacias hidrográficas das regiões Norte, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste também atingiram níveis críticos de estiagem.
Na edição da sexta-feira (13), o Jornal Hoje destacou como a escassez de chuvas no Brasil está acendendo um alerta para os sistemas de abastecimento de água em várias regiões. O recuo das margens dos rios e represas tem dificultado a navegação, transformando ilhas e bancos de areia em obstáculos para os navegantes. Emerson Ribeiro Palese Inacio, subinspetor da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, observa que essa situação tem levado a um aumento de acidentes, pois muitos não percebem a redução do nível das águas.
Atualmente, dos sete conjuntos de reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo, cinco apresentam níveis abaixo da média dos últimos cinco anos. O sistema Cantareira, o principal reservatório da região, está com 54,8% de sua capacidade. Em comparação, no mesmo período de 2023, o volume estava em 71%, e em anos anteriores variava entre 31% e 49%. André Gois, superintendente de Produção de Água da Sabesp, explica que a comparação com o ano passado é impactada pela chuva intensa de 2023, mas se compararmos com 2022, o nível está ainda mais baixo.
Outro reservatório crítico é o Guarapiranga, localizado na Zona Sul de São Paulo, que opera atualmente com apenas 40% de sua capacidade. Frequentadores relataram que, há três meses, a água estava muito mais próxima da margem, o que ilustra a gravidade da situação.
Após a crise hídrica de dez anos atrás, o estado de São Paulo implementou obras para interligar as represas e bombeou água do rio Paraíba do Sul para o Cantareira. Gois menciona que, com a gestão adequada dos mananciais, é possível priorizar o uso de fontes com maior volume de água para economizar aquelas com menos água. Atualmente, os níveis estão próximos à média dos últimos cinco anos, indicando uma certa normalidade no final de um período seco.
A seca, no entanto, não se limita a São Paulo. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), as bacias hidrográficas das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste estão em níveis críticos de estiagem desde agosto, classificados como severos, extremos ou excepcionais. Elisângela Broedel, pesquisadora do Cemaden, alerta que áreas como o Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais e o Paraná podem enfrentar uma intensificação da seca nos próximos meses.
Com a perspectiva de pouca melhora, especialistas destacam a importância da população economizar água.