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SECA ALTERA GRILAGEM; ESPECIALISTA AFIRMA: ‘TACAR FOGO É MAIS FÁCIL’

Os números de combate ao desmatamento, especialmente na Amazônia, têm mostrado progressos significativos nesta terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2023, a derrubada de árvores na região reduziu em 21% em relação ao ano anterior. No entanto, apesar desse avanço, a preservação da floresta não está garantida. Dados do Mapbiomas mostram que os focos de calor aumentaram em 149% entre agosto de 2023 e agosto de 2024.

Ane Alencar, Diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), afirma que esses dados não são contraditórios. Ela destaca que a atual realidade é moldada por uma “seca severa e prolongada” provocada pelas mudanças climáticas. Embora a redução do desmatamento seja positiva, a situação poderia ser ainda pior sem esses esforços.

Alencar critica a atuação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que, segundo ela, está tentando solucionar problemas sem a devida coordenação com outros ministérios. Ela enfatiza a necessidade de uma abordagem integrada, que inclua todos os órgãos envolvidos no combate ao fogo, tanto nas áreas públicas quanto privadas. A responsabilidade de combater incêndios em áreas privadas recai sobre os governos estaduais e seus Corpos de Bombeiros, enquanto nas terras federais, o Ibama e o ICMBio são os responsáveis.

A especialista também aponta que o combate ao fogo é complexo e não deve ser exclusivamente atribuído ao governo federal. Em áreas privadas, a competência é dos governos estaduais, enquanto nas terras federais, a responsabilidade é das agências federais.

Alencar alerta que muitos incêndios são provocados de forma criminosa, especialmente para grilagem de terras. A seca intensa tem facilitado esse tipo de crime, tornando o ato de atear fogo mais simples e menos arriscado.

Ela defende ações mais efetivas de curto, médio e longo prazo, incluindo maior diálogo com a população e a punição de crimes ambientais. A necessidade de coordenação entre diferentes órgãos e o fortalecimento das estratégias de comando e controle são fundamentais para enfrentar a crise. A especialista conclui que, além de medidas emergenciais, é crucial desenvolver políticas sustentáveis para evitar a repetição desse cenário no futuro.

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