SE HOUVER AJUSTE DA SELIC, SERÁ GRADUAL, DIZ CAMPOS NETO
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a dizer na sexta feira (30) que ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo compromisso de convergência da inflação para a meta.
“Se e quando houver um ciclo de ajuste nos juros, ele será gradual”, disse a autoridade monetária durante o Expert XP 2024, em São Paulo.
Campos Neto afirmou que a assimetria no balanço de risco percebida por alguns integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária) não é uma sinalização sobre os próximos passos da taxa Selic. Por outro lado, a ausência de um guidance nas comunicações é, na verdade, “um guidance” de que o BC está mais dependente de dados.
Prêmio de risco
O prêmio de risco existente hoje na parte curta da curva de juros (contratos de DIs de prazos mais curtos) não é compatível com a mensagem que foi transmitida pelas comunicações do Copom, declarou Campos Neto.
Na manhã desta 6ª feira (30.ago), a curva indicava que, para o mercado, havia chances relevantes de um aumento de 0,50 ponto percentual da Selic em setembro. A taxa está em 10,50% ao ano.
As “oscilações do mercado” também foram comentadas por Campos Neto. A autoridade afirmou que “o mercado muda de lado muito rápido” em um curto período de tempo.
Ele citou as avaliações recentes sobre a política monetária norte-americana. Em um intervalo menor do que 4 semanas, disse, o mercado mudou a opinião de que os juros teriam que ficar mais altos por mais tempo, por causa da inflação, e começou a precificar a necessidade de uma reunião de emergência do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) para cortá-los.