SANTOS DUMONT: NOVA PROPOSTA É TER ATÉ 6,5 MILHÕES DE PASSAGEIROS POR ANO EM VEZ DE REDUZIR DESTINOS
Prefeito do Rio aprovou o anúncio: ‘Equilibra o jogo de aeroportos do Rio e, cá entre nós, não coloca em risco a população que se utiliza do Santos Dumont’, diz Paes. Pressão de Guarulhos foi decisiva.
O Ministério de Portos e Aeroportos está revisando as regras que vão reduzir a operação do terminal Santos Dumont, no Centro do Rio, a partir de janeiro de 2024.
O ministro Silvio Costa Filho estuda limitar o número de passageiros em 6,5 milhões por ano, em vez de limitar os destinos, como anunciado. Isto significa redizir quase pela metade a operação: de janeiro a setembro deste ano, o terminal recebeu mais de 9 milhões de passageiros.
O novo plano, que deve ser detalhado em 15 dias, determina que o Santos Dumont poderá manter todos os destinos que atende atualmente, como São Paulo, Brasília, Salvador, Guarulhos e Campinas.
O plano anterior estabelecia um raio de 400 quilômetros ao redor do Santos Dumont como limite para os aviões que partem dele, além da proibição de voos para aeroportos internacionais.
Na prática, a partir de 2024, isso reduziria o Santos Dumont a ligações com Congonhas, em São Paulo, já que nem mesmo o Aeroporto de Vitória, no Espírito Santo, estava claramente dentro do raio permitido. Guarulhos e Confins estavam de fora por serem internacionais.
Protesto de Guarulhos
A resolução do Conselho de Aviação Civil (Conac) que limitava o destino dos voos foi questionada no Tribunal de Contas da União pela Prefeitura de Guarulhos, onde fica o aeroporto internacional de São Paulo. O terminal teria uma queda no movimento, e o questionamento foi um dos fatores que levaram o governo a mudar os planos.
O novo plano representa diminuir quase pela metade o movimento do Santos Dumont. Em outubro, o número de voos que partem no aeroporto começou a ser reduzido. No entanto, nos horários de pico as filas de aviões e de passageiros permaneceram grandes.
A primeira queda no movimento Santos Dumont já causou aumento de 42% no número de voos domésticos no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, que fica na Zona Norte do Rio.
Paes aprova
A prefeitura e governo do Rio pressionaram o governo federal durante meses para reequilibrar o movimento dos aeroportos locais. Segundo o prefeito Eduardo Paes, a redução de passageiros no Santos Dumont é um modelo que atende os objetivos da cidade e do turismo.
“Eu concordo e a prefeitura apoia essa medida que o ministro Silvio Costa está tomando. Ele está discutindo com o Tribunal de Contas da União, e se for essa a medida final vai ter total respaldo e apoio da prefeitura. Isso equilibra o jogo de aeroportos do Rio e, cá entre nós, não coloca em risco a população que se utiliza do Santos Dumont.
Redução de voos no Santos Dumont
O governo federal determinou, no dia 10 de agosto, a transferência de voos do terminal do Centro dp Rio para o da Zona Norte.
O documento foi assinado pelo então ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, ao lado do presidente Lula e do prefeito Eduardo Paes. França deixou a pasta em setembro.
O plano entrou em vigor no dia 1º deste mês. O objetivo é equilibrar a operação entre os terminais. As autoridades do Rio defendiam a restrição nos voos do Santos Dumont para reativar a capacidade do Galeão, que estava ociosa.
Desde antes da pandemia, o terminal da Ilha do Governador registrava redução de voos e número de passageiros. Em 2022, foram menos de 6 milhões. Pouco mais de 20% da capacidade do aeroporto. A movimentação de passageiros no terminal caiu cerca de 65% nos últimos 8 anos.
A redução do fluxo de aeronaves do aeroporto do Centro está ocorrendo de forma escalonada com o objetivo de não prejudicar os passageiros que já compraram passagens. O número de decolagens vai diminuir 22% já neste mês de outubro, e ainda mais até o fim do ano.
Por Pedro Bassan, RJ2