RÚSSIA CONFIRMA NEGOCIAÇÃO SECRETA SOBRE UCRÂNIA COM OS EUA
O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, confirmou que um grupo de cientistas políticos e especialistas de seu país e dos Estados Unidos mantiveram conversas secretas para discutir saídas para a Guerra da Ucrânia.
A existência desse grupo havia sido revelada pela Folha de S.Paulo em março, a partir de conversas em Moscou com pessoas com conhecimento das tratativas. As negociações duraram pouco mais de um ano. Segundo o chanceler, não levaram a lugar algum.
“Tivemos contatos antes não divulgados com americanos por meio de cientistas políticos que conheciam e entendiam as políticas de seus governos”, afirmou o diplomata em Nova York na quarta (17), onde conduz sessões do Conselho de Segurança da ONU, que está sob a presidência rotativa dos russos neste mês.
Ele não se estendeu sobre os temas debatidos, mas confirmou que um deles foi o status dos russos étnicos dentro da Ucrânia, uma das queixas do governo de Vladimir Putin -antes da guerra, a gestão Volodimir Zelenski fez passar leis limitando por exemplo o uso da língua russa no sistema educacional.
Como a reportagem havia relatado, as conversas eram sempre sobre itens específicos que poderiam fazer parte de eventuais acordos de paz. Uma espécie de triagem daquilo que era ou não aceitável de lado a lado, ressaltando que não havia ucranianos participando dos encontros.
Tanto o Kremlin quanto o governo Joe Biden autorizaram os encontros, ainda que sem caráter oficial. No encontro mais recente, no começo do ano em Istambul (Turquia), os especialistas debateram questões como a neutralidade da Ucrânia, uma das demandas de Putin para encerrar a invasão que havia disparado em 2022.
Lavrov não disse se participou de algum encontro sobre o tema. Em abril do ano passado, o canal de TV americano NBC disse que ele havia travado conversas também secretas com antigos funcionários da área de defesa e segurança nacional em Nova York.
As únicas negociações oficiais sobre a guerra ocorreram no início do conflito, em Belarus e na Turquia, envolvendo delegações da Rússia e da Ucrânia. Elas chegaram a produzir um documento detalhando os termos então favoráveis ao Kremlin para a paz, mas desandaram com o crescente apoio ocidental a Kiev e o sucesso militar em repelir os russos do cerco à capital.
O russo, decano da grande diplomacia mundial, tornou-se um dos principais porta-vozes da política de Putin. Quando o presidente conquistou seu quinto mandato, em março deste ano, havia boatos de que Lavrov deixar o cargo que ocupa desde 2004 em favor de um de seus adjuntos mais poderosos, Serguei Riabkov, mas isso não se concretizou.
A Rússia é um 1 dos 5 membros permanentes do Conselho de Segurança, instância máxima da ONU, tendo assim direito a vetar propostas. No órgão, é aliada da China e antagonista da trinca EUA, Reino Unido e França. Todos os países foram vencedores da Segunda Guerra Mundial e são potências nucleares.
Os pedidos de seguro-desemprego somaram 243 mil na semana encerrada em 13 de julho nos Estados Unidos. A estimativa do mercado, contudo, era de um avanço de 230 mil. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (18/7) pelo Departamento de Trabalho americano.
As 243 mil solicitações representam um aumento de 20 mil em relação ao total revisado da semana anterior, que ficou em 223 mil. A média móvel de quatro semanas foi de 234.750, um aumento de 1 mil sobre o mesmo dado da semana anterior.
A taxa de desemprego de segurados (com ajuste sazonal) ficou em 1,2% na semana encerrada em 6 de julho, inalterada em relação à semana anterior. Nesta mesma semana, o número para o desemprego segurado foi de 1,867 milhão, uma alta de 20 mil em relação ao nível revisado da semana anterior, que passou de 1,847 milhão.
A média móvel de quatro semanas foi de 1,850 milhão, um aumento de 11.500 em relação à média revisada da semana anterior. Esse foi o nível mais alto dessa média desde 4 de dezembro de 2021, quando estava em 1,859 milhão.
Impacto global
Os números do seguro-desemprego são importantes para a economia global. Eles fornecem sinais sobre a força da economia americana. E, à medida que ela perde tração, aumentam as chances de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) iniciar o ciclo de cortes dos juros do país, hoje fixados entre 5,25% e 5,50%, o maior nível desde 2001.
Os juros altos aumentam a atratividade por investimentos em títulos da dívida dos EUA, em detrimento de ativos de maior risco, como as ações negociadas em Bolsas. Nesse contexto, o dólar também sofre pressão de alta, como vem ocorrendo no Brasil.