Outra Biografia, novo livro de Rita Lee, que morreu na última segunda-feira (8/5), será lançado em 22 de maio, no dia de Santa Rita, a pedido da cantora. Em trechos obtidos com exclusividade pelo jornal O Globo, a cantora responsável por revolucionar o rock ‘n’ roll nacional falou sobre a descoberta de seu câncer no pulmão e também sobre não temer a morte.
Rita já abre o livro contando que o tumor foi descoberto em abril de 2021, por acaso, durante uma consulta em que tentava descobrir o motivo de um mal-estar após a vacina da Covid-19.
“Até então, imaginava que fosse voltar para casa naquele mesmo dia; devia ser uma bronquite e um remedinho daria conta de me deixar nos trinques. Mas fui comunicada pelo Dr. Ribas de que poderia ser uma de três coisas: fungo, tuberculose ou câncer. A ‘massa’, como eles se referiam ao troço, precisava ser mais bem investigada para fecharem o diagnóstico e terem mais detalhes”, conta o ícone do rock nacional no livro.
“Era preciso que eu fizesse naquela mesma tarde uma tomografia com contraste para buscar sinais de metástase. Foi Dra. Estelita que, com toda a calma, delicadeza e seriedade do mundo, me disse que eu estava com um câncer de 20 centímetros de perímetro no pulmão esquerdo e que apenas uma biópsia em alguns pontos revelaria o tipo de células cancerígenas, que eu faria no dia seguinte. Para tanto, eu deveria ser internada e depois, quem sabe, voltaria para casa”, relata.
Apesar do susto, Rita também afirma não temer a morte, e não entender porquê as pessoas tratam o acontecimento como “algo ruim”.
“Algo me diz que tenho escrito muito sobre morte. Aliás, por que há tanta gente que até se benze quando tocamos no assunto? A morte é a única verdade, e cada dia a mais vivido é um dia a menos que se vive. Para que fazer tanta cara de enterro quando deveríamos tratar dela com humor? Desta vida não escaparemos com vida. (…) A verdade é que eu queria mesmo é ser abduzida por um disco voador e sumir sem maiores explicações”, diz em outro trecho da autobiografia.
Por- Metrópoles