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RIO DE PAZ FAZ ÚLTIMO ATO DE 2024 CONTRA MORTE DE CRIANÇAS POR BALAS PERDIDAS

Manifestação aconteceu na Lagoa, onde a ONG mantém memorial em homenagem às vítimas

O Rio de Paz voltou às ruas neste sábado (28) para fazer um ato contra a morte de crianças por balas perdidas, pouco mais de uma semana depois de promover um protesto em Copacabana em repúdio a esses crimes. Desta vez, a manifestação aconteceu na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Curva do Calombo, um dos cartões postais da Cidade Maravilhosa, onde a ONG mantém um memorial em homenagem aos pequenos.

No local, as placas com os nomes das crianças foram substituídas pelas fotos usadas no protesto em Copacabana, no dia 18. Foram colocadas 49 fotos, incluindo a do menino Diego Vieira Fontes, de 4 anos, morto junto dos pais no dia 23, em Paty do Alferes, Sul do estado.

Pais, mães, familiares e amigos das vítima foram convidados para participar do ato e levar flores. A faixa mantida com a mensagem às autoridades e à sociedade também será substituída pela frase “Rio (2020-2024): 49 crianças mortas por balas perdidas”.

Durante o ato, a dona de casa Thamires Assis, mãe de Ester Assis, morta aos 9 anos em abril do ano passado, levou um girassol, a flor preferida da filha. “Eu vivo aquele dia todos os dias. Parece que foi ontem que a Ester foi para a escola e não voltou mais. Acho que nenhuma mãe merece viver essa dor. Se não fossem minhas outras três filhas eu não estaria aqui. Estou tentando desarquivar o caso. Prometi quando ela ainda estava no hospital que eu iria lutar por justiça e arquivaram o caso. Lutarei até o fim”.

O mestre de obras Leandro Matos, pai de Wanessa Vitória Santos, morta em 2017, no Complexo do Lins, fez questão de participar do protesto. Passado o tempo, ele ainda lembra da história com tristeza. “Estou revoltado. Sete anos depois da morte da minha filha nada foi feito. Continua acontecendo com outros pais. É só tristeza”.

O fundador da ONG, Antonio Carlos Costa, comentou a ação: “Queremos despertar a consciência da sociedade do Rio de Janeiro. Essas fotos causariam comoção em qualquer cidade. São crianças pobres, meninos e meninas moradores de favela que tiveram suas vidas interrompidas”.

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