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RESÍDUOS: É HORA DE NOVA GOVERNANÇA PARA O BRASIL

Lucerna, pequena cidade da Suíça, o diário movimento dos moradores, com resíduos dispostos de acordo com o material (plásticos, vidros, metais, papeis/papelão) em sacolas e locais específicos alude à organização de uma colmeia de abelhas. Todos ali têm plena consciência de que precisam fazer sua parte para garantir um destino mais nobre ao que muitas vezes consideramos “inservível”.

 Conduzem seus carros até galpões, em áreas nobres da cidade como os arredores do belo estádio Swissporarena, são os espaços conhecidos como Ecopontos, e despejam embalagens e outros recicláveis em caçambas específicas. Odor não há. Décadas de investimentos de grandes indústrias, de governança entre esferas de poder, potentes campanhas de sensibilização ambiental e sistemas com financiamento perene e eficiente conduziram a Europa a uma realidade muito diferente do que presenciamos no Brasil. Enquanto aqui ainda enfrentamos o estorvo dos lixões, sítios nos quais resíduos orgânicos e recicláveis são misturados, onde a contaminação assombra e espanta, a Europa está enviando cada vez mais resíduos para a reciclagem, para a valorização energética, orgânica e outras finalidades mais nobres.

Qualquer manual de diretrizes ambientais só faz sentido se observadas as dinâmicas de formação social, econômica de determinado território. Sem desconsiderar essas complexidades – o Brasil, com seu passado colonial e gritante desigualdade social. merece avaliação cuidadosa -. está na hora de revermos procedimentos e adotarmos novas práticas na gestão de resíduos sólidos. Há 15 anos, a reboque da aprovação da lei maior nacional sobre o tema (a 12.305/2010), houve um momento de euforia. Grandes grupos econômicos espalharam aterros sanitários (estes sim, ambientalmente adequados), e novos contratos previam o fim dos lixões. Mas o tempo foi passando e houve estagnação dos avanços: seguimos a patinar com sistemas geradores de exclusão, gastos de energia, desperdício variado e contaminação do nosso patrimônio ambiental.

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