QUATRO PESSOAS SÃO PRESAS EM INVESTIGAÇÃO SOBRE FRAUDE NA AQUISIÇÃO DE RESPIRADORES NO RIO
Grupo acusado de superfaturar compra de respiradores em Carmo, Rio de Janeiro, é alvo de ação do Ministério Público e Polícia Civil
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil deflagraram, nesta sexta-feira, a terceira fase da Operação Éolo, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no superfaturamento da compra de novos respiradores mecânicos destinados ao enfrentamento da Covid-19 em Carmo, cidade localizada na Região Serrana do estado. Até ao momento, quatro indivíduos foram presos, incluindo o ex-prefeito do município, Paulo César Ladeira, destaca reportagem de O Globo.
A ação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) em conjunto com a Polícia Civil, visando o cumprimento de sete mandatos de prisão e 10 de busca e apreensão em diversos locais, incluindo o Rio de Janeiro, Recreio dos Bandeirantes, Barra de Guaratiba, Mangaratiba, São João de Meriti, Nilópolis, Mesquita, Laje de Muriaé e, principalmente, Carmo.
Os recursos para a compra dos respiradores foram provenientes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), conforme apontado pelo MPRJ. A fraude envolve crimes como corrupção ativa e passiva, peculato, contratação direta ilegal, fraude nos contratos de licitação e lavagem de dinheiro, entre outros, conforme denúncia do Gaeco/MPRJ à Justiça.
A operação Éolo é um desdobramento da operação Chorume, que já teve várias fases e investigou fraudes em licitações de contratos na área de limpeza urbana. Na terceira fase de Éolo, as autoridades intensificaram as investigações sobre a aquisição fraudulenta dos respiradores, que, segundo apurações, eram defeituosos e inoperantes durante o tratamento de pacientes com Covid-19 no Carmo.
O ex-prefeito Paulo César Ladeira, já envolvido em fases anteriores da operação Éolo, é novamente alvo de investigações, segundo informações da TV Globo. Outro detido nesta sexta-feira é Rui Tomé de Souza Aguiar, ex-assessor da presidência da Alerj, na época em que ocorreu a fraude.
As investigações revelaram que, durante o processo de contratação da empresa fornecedora dos respiradores, o ex-assessor teria indicado o escolhido, que, por dispensa de licitação, apresentou equipamentos defeituosos.