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PROIBIDO, CEROL CAUSA ACIDENTES E MORTES NO PAÍS 

Vítima mais recente foi medalhista paralímpico, em MG. Livro alerta crianças sobre esse risco

Soltar pipa é um passatempo popular em quase todo país. No entanto, o hábito de colocar cerol na linha acaba tornando a brincadeira prejudicial e até fatal para algumas pessoas. Esta semana, a linha com vidro moído cortou o nariz do atleta paralímpico Ruiter Silva, medalhista de prata na natação na Rio 2016, durante treino de bicicleta em Uberlândia. Poderia ter sido pior, se ele não estivesse de óculos. O objeto acabou protegendo o rapaz. Alguns casos terminam com desfechos fatais, infelizmente.

O artigo 132 do Código Penal diz que expor a vida ou a saúde de outra pessoa a perigo direto e iminente é crime passível de detenção, de três meses a um ano, se o fato não constituir crime mais grave.

A venda do cerol é proibida por lei em vários estados, como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Alerta para os pequenos

O livro ‘Pássaro de Seda’ (que significa pipa), da escritora Isa Colli, fala exatamente sobre esse perigo. Para a autora, não é preciso deixar de lado a tradição, desde que se tenha atenção. “Empinar pipa não é ilegal, é um passatempo saudável, mas é preciso estar atento ao local onde se está praticando a brincadeira. E, claro, nunca se deve usar cerol. É só seguir as regras e respeitar o próximo que ninguém ficará exposto ao perigo”, opina.

Fábio, o personagem da obra ‘Pássaro de Seda’, fazia suas pipas só com a linha, nunca usava vidro moído para cortar as pipas como faziam alguns colegas porque ele aprendeu com seus pais que o cerol poderia causar acidentes. O livro chama atenção, inclusive, para a responsabilidade dos pais no âmbito cível pelas consequências da brincadeira no caso de crianças e adolescentes.

O título também alerta para o perigo de soltar balões. Quando o Fábio vai comprar materiais para fazer seus papagaios, o vendedor sugere que ele faça um balão. O menino decide não levar adiante a ideia porque tinha consciência dos riscos de provocar uma tragédia na natureza.

“Eu também incluí na história esse tema porque, apesar de ser crime, ainda é muito frequente o hábito de soltar balões no Brasil. Muitos ignoram os danos que podem provocar. E com o período das festas juninas se aproximando, nunca é demais fazer um apelo para que as pessoas tenham mais responsabilidade”, afirma Isa.

A história mostra, ainda, os locais apropriados para praticar a brincadeira e chama a atenção para materiais proibidos na confecção do artefato. “Os lugares mais adequados são campos de futebol, praças abertas e outros espaços sem risco para ciclistas, pedestres, motociclistas, residências e aviões”, diz a escritora.

Isa completa: “há um risco grande de acidentes também envolvendo linhas de energia elétrica, tanto para quem empina a pipa, quanto para quem solta balões. Espero contribuir para lançar uma sementinha e conscientizar as crianças quanto aos riscos que existem nessas duas brincadeiras”, conclui a autora.

Por- Redação

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