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PROFESSOR INVESTIGADO POR IMITAR UM MACACO EM RODA DE SAMBA É DEMITIDO

Ele foi notificado a prestar depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)

Rio – O professor flagrado imitando um macaco durante uma roda de samba no dia 19 deste mês, na Praça Tiradentes, Centro do Rio, foi demitido da escola bilíngue no qual dava aulas em São Paulo. Segundo a unidade, ele não fará parte do quadro de colaboradores para o segundo semestre letivo. O suspeito foi notificado, junto da outra envolvida, uma professora argentina, a prestar depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que investiga o caso. 

Em nota enviada ao DIA, a escola informou que foi surpreendida pelas notícias do episódio, que aconteceu “durante o período de férias e fora do ambiente escolar”.

“Reiteramos, uma vez mais, que não compactuamos com nenhum ato ou manifestação que fira os valores de respeito à diversidade cultivados em nossa instituição. Nosso compromisso é promover um ambiente seguro para todos os nossos estudantes, colaboradores e a comunidade escolar através de uma educação de respeito e cidadania”, informa o comunicado. 

O suspeito é carioca e mora em São Paulo. A Decradi investiga o caso como racismo, após representantes do PedeTeresa, grupo que se apresentava no local, e a jornalista Jackeline Oliveira, que gravou o casal, irem até a especializada na segunda-feira (22) para fazer o registro. 

Novas testemunhas

Na sexta-feira passada (26), duas novas testemunhas que presenciaram a cena prestaram depoimento. O empresário João Ricardo, 37, e o jornalista Thiago Teixeira, 37, afirmaram que o casal chegou a imitar os sons dos animais. João e Thiago aparecem ao fundo do vídeo e estavam editando um vídeo para a página que administram sobre sambas do Rio no momento da ocorrência.

Um segurança relatou, ainda, que viu outro argentino fazendo imitação de macacos. De acordo com o relato do profissional, havia um grupo dançando e um argentino passou a imitar macacos. Ele contou que repreendeu o homem, que teria parado. O flagrante aconteceu por volta de 1h, quando o público estava indo embora. Já a primeira dupla foi filmada fazendo os gestos racistas por volta das 23h.

Argentina estava no Rio

A professora argentina veio ao Rio para um evento no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre os dias 15 e 19 deste mês. A Junta Diretiva Internacional do Fórum Latino-americano de Educação Musical (Fladem) pediu à seção brasileira uma investigação sobre a estrangeira e informou que os investigados não são associados à entidade e que o vídeo foi gravado quando o seminário já havia terminado.

A Associação Orff-Schulwerk da Argentina defendeu a professora na terça-feira (23), alegando que o ato não tem conotação racista. A organização sem fins lucrativos informou que a argentina é associada há muitos anos. A nota diz ainda que, no país, “no contexto de uma atividade pedagógica, a imitação de animais não tem conotação racista”.

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