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PRESIDÊNCIA DA COP30 LANÇA CARTA E CONVOCA ‘MUTIRÃO GLOBAL’ PELO CLIMA

O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, convocou nesta segunda-feira (10), um “mutirão global” contra a mudança do clima.

O embaixador pede ainda que os países deixem para trás “a inércia, o individualismo e a irresponsabilidade”.

No texto, o embaixador relembra que 2024 foi o ano mais quente já registrado globalmente — o primeiro em que a temperatura média global ultrapassou 1,5ºC acima de níveis pré-industriais.

“A mudança é inevitável – seja por escolha ou por catástrofe. Se o aquecimento global não for controlado, a mudança nos será imposta, ao desestruturar nossas sociedades, economias e famílias. Se, em vez disso, optarmos por nos organizar em uma ação coletiva, teremos a possibilidade de reescrever um futuro diferente”, mencionou o documento.

O Brasil sediará em novembro deste ano a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA).

A presidência brasileira da COP divulgou uma carta aberta aos países-signatários da Convenção-Quadro das Nações sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) com os desafios da conferência que será realizada neste ano.

Corrêa do Lago afirmou na carta que a conferência do clima de 2025 terá como foco ampliar o financiamento climático para países em desenvolvimento e acelerar a implementação das metas do Acordo de Paris.

O documento destacou pedido para reforço de ações de financiamento destinadas a países em desenvolvimento contra a mudança do clima de forma a atingir a meta de pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.

O embaixador citou ainda a importância de avançar na implementação das propostas do Acordo de Paris. Segundo Corrêa do Lago, em vista da urgência climática, “precisamos de uma ‘nova era’ para além das negociações: devemos ajudar a colocar em prática o que foi acordado.

“Devemos puxar de forma decisiva as alavancas de nossos processos, mecanismos e órgãos para alinhar os esforços dentro e fora da UNFCCC aos objetivos de longo prazo do Acordo de Paris relativos a temperatura, resiliência e fluxos financeiros”, afirmou o embaixador em carta.

Na carta, sem citar nominalmente nenhum país, o embaixador falou sobre paralisia e fragmentação, fazendo uma referência indireta aos Estados Unidos, que recentemente saiu do Acordo de Paris, ao exaltar o multilateralismo. “Ao aceitar a realidade e combater a catástrofe, o cinismo e o negacionismo, a COP30 deve ser o momento da esperança e das possibilidades por meio da ação – jamais da paralisia e da fragmentação. Devemos enfrentar a mudança do clima juntos e reativar nossas habilidades coletivas e individuais de resposta: nossas “responsa-habilidades””.

por Marcela Cunha – G1

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