PREFEITURA VAI INAUGURAR PARQUE EM ÁREA DE DESASTRE AMBIENTAL EM MAGÉ
Animais agonizando no meio do óleo e pescadores artesanais sem sustento e trabalho. Esse era o cenário deixado pelo derramamento de óleo que ocorreu em janeiro de 2000.
Vinte e quatro anos após o desastre ambiental no manguezal em Mauá, a Prefeitura de Magé vai inaugurar, em breve, o Parque Natural Municipal Barão de Mauá. Uma área que corresponde a 113 campos de futebol, que hoje, ocupada por uma floresta de mangue e espécies nativas, é o novo abrigo para fauna e flora que retornaram à região, e testemunham que a natureza venceu. Tudo graças aos esforços dos próprios pescadores.
O trabalho de recuperação envolveu a retirada de lixo, o plantio de mudas de mangue-vermelho, branco e negro, e o monitoramento constante do ecossistema. Atualmente, o parque abriga uma rica biodiversidade, com 107 espécies de aves catalogadas, 21 espécies de mamíferos, 16 espécies de répteis e 11 espécies de crustáceos que foram catalogadas.
“A inauguração do Parque Natural Municipal Barão de Mauá representa uma vitória para o meio ambiente e demonstra o poder da ação humana na recuperação de ecossistemas degradados. Fico extremamente feliz com esse trabalho. O parque, com toda certeza, será mais um atrativo turístico e cultural, entre outros tantos que Magé possuí”, destaca o prefeito Renato Cozzolino.
“Foram quatro anos tirando lixo. Muitos estiveram aqui e saíram, outros desistiram. Foi muita tentativa e erro até fazer o solo desértico aceitar as mudas e ter a floresta que temos hoje. Quando era ministro, Gilberto Gil veio até a região e plantou algumas mudas. Acompanhado de Alfredo Sirkis, eles visitaram a área. O Instituto OndAzul ficou de janeiro de 2001 a julho de 2019 auxiliando no processo de recuperação”, descreveu Adeimantus Carlos, pescador, vítima do acidente ambiental, que capitaneou o processo de recuperação da área e hoje está na direção do Parque Natural Municipal Barão de Mauá.
Os parceiros dessa caminhada serão eternizados no parque: o circuito ganhou o nome de Alfredo Sirkis e Gilberto Gil terá seu nome no bosque onde plantou as mudas de mangue que contribuíram nessa luta pela natureza.