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PORTO DA PEDRA, NITERÓI E TRADIÇÃO SE DESTACAM NA 2ª NOITE DA SÉRIE OURO

Na sexta (28), Estácio, Maricá e Ilha do Governador foram os destaques. Somente a campeã sobe ao Grupo Especial.

Unidos do Porto da Pedra, Acadêmicos de Niterói e a Tradição fizeram os melhores desfiles da 2ª noite da Série Ouro. A dissidente da Portela, porém, correu muito para não estourar o tempo. Na sexta-feira (28), Estácio de Sá, União de Maricá e União da Ilha do Governador foram os destaques.

Mais 8 escolas cruzaram a Sapucaí entre a noite de sábado e a manhã de domingo (2). Unidos de Bangu e Império Serrano não foram julgadas por causa do incêndio, no dia 12, na Maximus Confecções. A fábrica de fantasias, entre as mais requisitadas pelas divisões de acesso, virou cinzas, e um aderecista morreu. A Unidos da Ponte, que desfilou na sexta, também foi bastante afetada.

A LigaRJ decidiu em plenária que essas 3 escolas desfilarão “hors-concours”: não correm risco de cair, mas também não disputam o acesso.

Para as outras 13, segue o regulamento: somente a campeã sobe para o Grupo Especial, e as 2 últimas colocadas vão para a Intendente em 2026.

  • Horários da Série Ouro
HorárioSexta, 28Sábado, 1º
21hBotafogo Samba ClubeTradição
Entre 21h45 e 21h55Arranco do Engenho de DentroUnião do Parque Acari
Entre 22h30 e 22h50Inocentes de Belford RoxoAcadêmicos de Vigário Geral
Entre 23h15 e 23h45Unidos da Ponte*Unidos de Bangu*
Entre 0h e 0h40Estácio de SáPorto da Pedra
0h45 e 1h35União de MaricáSão Clemente
Entre 1h30 e 2h30Em Cima da HoraAcadêmicos de Niterói
Entre 2h15 e 3h25União da Ilha do GovernadorImpério Serrano*

Fonte: Fonte: LigaRJ | *escola não será julgada

Tradição

A dissidente da Portela voltou à Sapucaí após 10 anos desfilando na Intendente. Com o enredo “Reza”, a escola de samba do Campinho destacou a pluralidade da fé e da espiritualidade humana.

O carnavalesco Leandro Valente se inspirou na canção de Pretinho da Serrinha, interpretada por Maria Rita, e trouxe alegorias imponentes e fantasias criativas.

A escola, porém, teve de correr para encerrar o desfile no limite de 55 minutos.

Carro da Tradição — Foto: Magaiver Fernandes/Riotur

Carro da Tradição — Foto: Magaiver Fernandes/Riotur

Comissão de Frente da Tradição — Foto: Marcelo Martins/Riotur

União do Parque Acari

Sob o tema “Corda de Prata – O Retrato Musical do Povo”, a escola contou a história do violão e sua transformação em símbolo da identidade musical do Brasil.

O enredo enfatizou como o violão se tornou um símbolo intimista e universal, conectando diferentes culturas e movimentos, influenciado diretamente pelas contribuições do povo negro e cigano.

Enxuta, a escola cruzou a Avenida sem sobressaltos. A comissão de frente reviveu ícones da música, como Cartola, Noel Rosa, Beth Carvalho e Rita Lee.

No último carro, o cantor e compositor Moacyr Luz saudou o público das arquibancadas.

Moacyr Luz no último carro de Acari — Foto: Alexandre Loureiro/Riotur

Moacyr Luz no último carro de Acari — Foto: Alexandre Loureiro/Riotur

União do Parque Acari — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Acadêmicos de Vigário Geral

A Tricolor homenageou Francisco Guimarães, jornalista conhecido como “Vagalume”.

Os textos e crônicas publicados por ele foram usados no desenvolvimento do enredo “Ecos de Vagalume”. Francisco Guimarães foi o primeiro jornalista a lançar um livro sobre o carnaval, falando de blocos e ranchos, sempre destacando a importância da cultura negra.

Seus 1.300 integrantes cruzaram a Avenida sem pressa, encerrando em 54 minutos. Atrás da última ala, Vigário trouxe as bandeiras da Ponte, de Bangu e do Império.

Comissão de Frente de Vigário trouxe vagalumes — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Comissão de Frente de Vigário trouxe vagalumes — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Da comissão de Vigário surge Francisco Guimarães, personagem homenageado — Foto: Marcelo Martins/Riotur

Acadêmicos de Vigário Geral — Foto: Alexandre Loureiro/Riotur

Acadêmicos de Vigário Geral — Foto: Alexandre Loureiro/Riotur

Unidos de Bangu

A Unidos de Bangu levou para a Avenida um dos símbolos da resistência indígena no Rio de Janeiro. Com o enredo “Maraka’ Anandê – Resistência Ancestral”, a escola mais antiga da Zona Oeste homenageou a Aldeia Maracanã, comunidade indígena localizada ao lado do estádio do Maracanã.

A escola fez um mutirão e apresentou alas completas, a despeito do incêndio. A bateria foi um dos destaques, com dezenas de policiais cercando uma fileira de índios.

A Aldeia se tornou um símbolo de resistência indígena na cidade. Ocupado por diferentes etnias desde os anos 2000, o espaço foi alvo de conflitos, principalmente em 2013, quando um grupo de indígenas foi removido do local durante obras de modernização do estádio para a Copa do Mundo de 2014.

Desde então, a luta pela retomada e valorização do território continua, com indígenas reivindicando sua importância cultural e histórica.

Unidos de Bangu — Foto: Marcelo Martins/Riotur

Comissão de Frente de Bangu — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Comissão de Frente de Bangu — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Unidos do Porto da Pedra

O Tigre de São Gonçalo levou para a Sapucaí a história de Fordlândia, cidade industrial idealizada por Henry Ford no coração da Amazônia. Com o enredo “A história que a borracha do tempo não apagou”, a escola mostrou na Sapucaí a tentativa frustrada do empresário norte-americano de transformar a região em um polo de extração de látex.

Imponente, a escola veio rica, com alegorias grandiosas e intrigantes. O abre-alas veio com 100 figurantes vestidos de rato que ora ficavam imóveis, ora faziam menção a um trabalho repetitivo.

Mestre Pablo ousou e veio fantasiado de Curupira.

A cidade foi criada na década de 1920 para abastecer a indústria automobilística com borracha para pneus, mangueiras e válvulas, reduzindo os custos de produção. No entanto, o projeto enfrentou desafios como a resistência da floresta, dificuldades logísticas e conflitos com trabalhadores locais, resultando no seu abandono.

Comissão de Frente da Porto da Pedra — Foto: Marcelo Martins/Riotur

Ratinhos do abre-alas da Porto da Pedra — Foto: Marcelo Martins/Riotur

Ratinhos do abre-alas da Porto da Pedra — Foto: Marcelo Martins/Riotur

Henry Ford no abre-alas da Porto da Pedra — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Porto da Pedra usou iluminação para destacar seu último carro — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Porto da Pedra — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

São Clemente

A Amarela e Preta fez uma homenagem aos animais. A escola levou para a Avenida um espetáculo cheio de amor e carinho, destacando a relação única entre os seres humanos e seus amigos do reino animal.

A bateria veio fantasiada de São Francisco de Assis. Símbolo nacional, o vira-lata caramelo apareceu várias vezes no desfile.

Comissão de Frente da São Clemente — Foto: Alexandre Loureiro/Riotur

Carro da São Clemente — Foto: Marcelo Martins/Riotur

Carro da São Clemente — Foto: Marcelo Martins/Riotur

Bateria da São Clemente — Foto: Marcelo Martins/Riotur

Acadêmicos de Niterói

A Acadêmicos de Niterói levou a festa junina para a Sapucaí com o enredo “Vixe Maria”, desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins.

A escola contou na Avenida a história de uma das festas mais populares do Brasil. O samba animou as arquibancadas. Os componentes cantaram o tempo todo.

Ala da Acadêmicos de Niterói — Foto: Alexandre Loureiro/Riotur

Ala da Acadêmicos de Niterói — Foto: Alexandre Loureiro/Riotur

Acadêmicos de Niterói — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Bateria da Acadêmicos de Niterói — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Bateria da Acadêmicos de Niterói — Foto: Ronaldo Nina/Riotur

Império Serrano

Última escola a sair na Série Ouro em 2025, já na manhã deste domingo (2), o Império Serrano desfilou sem fantasias — mas com garra e muita emoção. A Verde e Branca foi a agremiação mais afetada pelo incêndio, no dia 12, na Maximus Confecções, e não foi julgada, ao lado de Unidos da Ponte e Unidos de Bangu.

O fogo dizimou 95% das roupas de alas e destaques de carros. Somente Velha-Guarda, crianças, casais de mestre-sala e porta-bandeira, bateria e comissão de frente saíram com parte das fantasias elaboradas. O resto dos componentes pisou com camisas e, no máximo, batas. Muitos cruzaram a Sapucaí às lágrimas.

Não foi o único revés no desfile. Um dos carros quebrou a barra de direção e não pôde seguir, travando a entrada do próximo. Os destaques destas alegorias tiveram de descer e seguir a pé.

Em “O que espanta a miséria é festa”, a Serrinha programou uma homenagem ao compositor e baluarte da escola Laudeni Casemiro, o Beto Sem Braço.

Autor de sambas icônicos e vencedor de três Estandartes de Ouro, ele ajudou a consolidar a identidade da escola no carnaval carioca.

Ala do Império Serrano — Foto: Cristina Boeckel/g1

Por Cristina Boeckel, Eduardo Pierre, g1 Rio

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