POLÍCIA VAI ANALISAR 8 CÂMERAS DE UNIFORMES DE PMS DA AÇÃO QUE TERMINOU COM MENINA DE 5 ANOS E ADOLESCENTE MORTOS
Eloáh da Silva dos Santos, morreu baleada no peito enquanto brincava dentro de casa, na localidade conhecida como Cova da Onça. Já Wendell Eduardo Almeida, de 17 anos, teria morrido após trocar tiros com a Polícia Militar.
A Polícia Militar vai entregar à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), nas próximas horas, as imagens de 8 câmeras portáteis que estavam acopladas nos uniformes dos agentes do 17º BPM (Ilha do Governador) que participaram da ação que terminou com as mortes da menina Eloáh da Silva dos Santos, de 5 anos, e do adolescente Wendell Eduardo Almeida, na Ilha do Governador, no sábado (12).
Além de entregar à DHC, a Corregedoria Interna da Instituição — que abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) — vai analisar os vídeos para detectar se houve excesso dos militares do 17º BPM envolvidos na abordagem de Wendell Eduardo Almeida que estava em um mototáxi.
A menina Eloah morreu baleada no peito enquanto brincava dentro de casa, na localidade conhecida como Cova da Onça. Ela foi atingida cerca no mesmo horário em que policiais reprimiam um protesto que ocorria na comunidade após a morte do adolescente.
Segundo a polícia, Wendell teria entrado em confronto com os agentes e trocado tiros com eles na Rua Paranapuã, no bairro do Tauá.
Os dois foram encaminhados para o Hospital Municipal Evandro Freire (HMEF), onde já chegaram sem vida, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Em depoimento à DHC, o mototaxista que levava Wendell contou que sabia que ele tinha ligação com o tráfico de drogas local. A família nega que ele tivesse envolvimento com bandidos.
A testemunha lembrou que minutos antes, o adolescente havia pedido uma corrida após o baile do Morro do Dendê.
O homem disse que recebeu de Wendell o pedido de levá-lo até o outro lado da favela. Na rua Paranapuã, o mototaxista disse que viu os policiais militares pelo retrovisor e ouviu um disparo de arma de fogo, parando sua moto imediatamente.
Logo depois, segundo essa testemunha, Wendell caiu. O mototaxista disse que não tentou fugir da abordagem da polícia, e que viu os policiais militares pegarem uma arma do chão.
O homem disse ainda não saber se Wendell apontou a arma para os policiais, “pois estava focado no trânsito e nos transeuntes.”
Na tarde deste sábado (12), a Polícia Militar informou que afastou o comandante do batalhão da Ilha “para dar uma maior lisura e transparência à averiguação dos fatos.”
Por Rafael Nascimento, g1