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PMS IGNORARAM OCORRÊNCIA, MAS EXTORQUIRAM COMERCIANTE UMA HORA ANTES EM NOVA IGUAÇU

Na manhã de quinta-feira (8), 21 policiais militares foram presos pela Corregedoria da PM, acusados de extorquir dinheiro de 54 comerciantes em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A operação, chamada Segreto, resultou na prisão de 22 PMs, sendo que um deles não foi detido por alegar estar em férias. A denúncia, feita pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), revelou que os policiais estavam envolvidos em um esquema de extorsão conhecido como “tour da propina”.
A investigação mostrou que, entre as 9h37 e as 11h de um dia, os policiais haviam ido até um centro de reciclagem clandestino no bairro Vila Abolição para receber dinheiro de forma ilegal, mas optaram por não atender a uma ocorrência urgente, desrespeitando a ordem de serviço. Entre os denunciados estão quatro soldados, seis cabos, 11 sargentos e um subtenente, todos lotados no 20º BPM (Mesquita) durante os crimes, que ocorreram no segundo semestre de 2023.
O grupo arrecadava dinheiro semanalmente, sempre nas sextas-feiras, de estabelecimentos como centros de reciclagem, lojas de materiais de construção, depósitos de gás e até vendedores de frutas. A operação revelou que os PMs burlavam o uso das câmeras corporais (COPs) obrigatórias para evitar registros de suas ações criminosas. Muitos agentes sequer usavam as câmeras ou as ocultavam durante o serviço. Isso gerou suspeitas de que o grupo estava operando com total impunidade, o que foi confirmado por conversas entre os policiais, que ironizavam o sistema de monitoramento.
O esquema de extorsão era feito de maneira coordenada, com os policiais acionando sirenes rapidamente ao chegar nos locais de extorsão para intimidar os comerciantes. Além disso, a investigação apontou que até mesmo uma criança foi abordada pelos policiais em busca de dinheiro, o que evidencia o nível de corrupção e abuso de poder da corporação.
Os policiais foram acusados de corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa. A Justiça determinou a busca e apreensão nas casas dos agentes e em suas viaturas, como parte da investigação. O esquema prejudicava gravemente a segurança pública, com os agentes focados em arrecadar dinheiro, deixando de atender à população e comprometendo a confiança nas instituições policiais.

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