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PM QUE EXECUTOU JOVEM NEGRO NO OXXO COM TIROS PELAS COSTAS VAI A JÚRI POPULAR

A Justiça de São Paulo decidiu nesta terça-feira (25) que o policial militar (PM) Vinícius de Lima Britto, que executou um jovem negro em São Paulo (SP) com ao menos oito tiros pelas costas, irá a júri popular. Na ocasião, Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, tentou furtar três pacotes de sabão do mercado Oxxo. 

O caso aconteceu em 3 de novembro do ano passado e ganhou repercussão após ser denunciado pelo rapper Eduardo Taddeo, fundador do grupo Facção Central e tio do rapaz assassinado. Menos de um mês depois do episódio, imagens de câmera desmentiram a versão do policial, de que teria sido ameaçado pelo jovem desarmado e agido por legítima defesa. 

A data para o Tribunal do Júri ainda não está marcada. Previsto em casos de crimes intencionais contra a vida, o júri popular é composto por sete pessoas comuns escolhidas por sorteio. Ao final, decidirão pela condenação ou absolvição do PM que matou Gabriel Renan.

A juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri do Foro Criminal da Barra Funda, não permitiu que Brito, acusado de homicídio triplamente qualificado, aguarde o julgamento em liberdade. 

“O número de disparos que acertaram o ofendido (11, segundo o laudo de recognição visuográfica do local do crime) e o fato de ter sido ele atingido também pelas costas, quando já tentava evadir-se do local, são indicativos de eventual excesso doloso e impedem a absolvição sumária”, decidiu a magistrada. 

A prova testemunhal do funcionário do Oxxo, as imagens das câmeras de segurança e a própria confissão do acusado foram considerados pela juíza indícios suficientes da autoria. 

Se contrapondo à versão ainda defendida pelo policial, o trabalhador relatou, de acordo com a decisão judicial, que em “nenhum momento, o réu deu voz de parada ao ofendido ou se identificou como policial antes de iniciar os disparos, e que tampouco Gabriel fez menção de estar armado ou assim o verbalizou”. 

“Não se descura, ainda, do fato de que a testemunha presencial, quando ouvida em Juízo, narrou que por diversos dias, inclusive depois da realização da primeira audiência destes autos, diversos policiais teriam estado no mercado onde ela trabalha e comentado com ela sobre o crime, o que a assustou”, destaca a magistrada.

Foi o indício de que a testemunha estaria sendo ameaçada e a possibilidade de a investigação ser prejudicada que fundamentou a prisão preventiva de Vinícius de Lima Britto em 6 de dezembro. Desde então, o policial está no Presídio Romão Gomes.

por Brasil de Fato

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