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PARTIDO CONSERVADOR VENCE ELEIÇÃO NA ALEMANHA

Os conservadores alemães venceram as eleições legislativas no último domingo (23), marcadas por uma votação recorde da extrema direita, um pleito crucial para a Europa, que enfrenta a incerteza diante da fratura com os Estados Unidos de Donald Trump. O líder dos conservadores, Friedrich Merz, assumiu o compromisso de iniciar nesta segunda-feira (24) as difíceis negociações para formar uma coalizão de governo, com o alerta de que o “o mundo não está nos esperando”.

Ele fez uma advertência sobre o risco de paralisação em Berlim, no momento em que Trump abala a ordem internacional, a economia alemã está em recessão e a sociedade está dividida após uma campanha que polarizou o país. Após a vitória nas eleições de domingo, Merz declarou que uma Europa Unida deve fortalecer sua própria defesa e que não tem “ilusões com o que virá dos Estados Unidos”.

O SPD participará nas negociações sem Scholz, que assumiu a responsabilidade por uma “derrota amarga”. Seu popular ministro da Defesa, Boris Pistorius, deverá ter um papel mais ativo. Merz, um advogado de 69 anos, defendeu o tom duro adotado na campanha, mas explicou em um tom conciliador que “agora devemos conversar entre nós”.

“Devemos formar um governo estável o mais rápido possível, com uma boa e estável maioria”, disse. Ele disse que espera ter o governo formado até meados de abril. Merz também precisará estabelecer uma comunicação com Trump, que provocou inquietação na Ucrânia e entre os apoiadores europeus de Kiev com sua aproximação do presidente russo, Vladimir Putin.

Trump chamou a vitória dos conservadores de “um grande dia para a Alemanha e para os Estados Unidos”. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, parabenizou Merz por sua vitória e afirmou estar ansioso para trabalhar com ele “neste momento crucial para nossa segurança compartilhada”. “É vital que a Europa dê um passo à frente nos gastos com defesa e sua liderança será fundamental”, declarou na rede social X. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, parabenizou Merz e disse que espera trabalhar com ele para “fortalecer a Europa”.

Para Reinhardt Schumacher, que foi votar em Duisburgo, no oeste industrial da Alemanha, a ascensão da AfD “é um sinal de alerta. Algo tem que mudar”. Este aposentado de 64 anos se recusa a votar neste partido, que considera “radical demais”, mas ressaltou que não se deve “ignorar” as motivações de seus eleitores. O partido anti-imigração e pró-Rússia conseguiu impor seus temas durante a campanha, que aconteceu em um clima tenso, marcado por vários ataques fatais executados nas últimas semanas por estrangeiros no país.

Merz e líderes de outros grandes partidos prometeram deixar a AfD de fora do governo, atrás de um “muro de proteção, de cooperação”. A campanha alemã foi influenciada pelas ordens executivas e declarações do presidente dos Estados Unidos, assim como pela interferência de seu entorno a favor da extrema direita.

O vice-presidente americano, JD Vance, e o bilionário Elon Musk, assessor de Trump, apoiaram a AfD e aumentaram a visibilidade do partido de extrema direita. As eleições antecipadas de domingo ocorreram na véspera do terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, que provocou um choque na Alemanha. O conflito acabou com o fornecimento de gás russo e o país abrigou mais de um milhão de ucranianos.

por Jovem Pan

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