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PAPA FRANCISCO FOI RESPONSÁVEL POR TORNAR SANTOS OS MÁRTIRES DE CUNHAÚ E URUAÇU; LEMBRE

Papa celebrou canonização dos 30 mártires mortos em invasão holandesa ao Brasil no século 17 em cerimônia para 50 mil pessoas na Praça São Pedro, no Vaticano.

A cerimônia de canonização dos 30 mártires de Cunhaú e Uruaçu, em outubro de 2017, foi celebrada pelo papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21) no Vaticano. Os santos mártires eram católicos que foram mortos em massacres no Rio Grande do Norte durante uma invasão holandesa ao Brasil em 1645.

A celebração foi presidida pelo papa Francisco na Praça São Pedro, no Vaticano, e contou com 450 concelebrantes, sendo acompanhada por aproximadamente 50 mil pessoas que lotaram o local na manhã do dia 15 de outubro daquele ano.

O papa Francisco declarou santos os mártires potiguares durante a cerimônia celebrada pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da congregação da Causa dos Santos.

“Que estes que agora são santos indiquem a todos nós o verdadeiro caminho do amor e da intercessão junto ao Senhor para um mundo mais justo”, declarou o papa Francisco, em sua homilia.

A Camerata de Vozes do Rio Grande do Norte, grupo da Fundação José Augusto, participou da cerimônia. O coro, regido pelo monsenhor Pedro Ferreira, apresentou cantos sacros antes e após a anunciação dos 30 novos santos.

Desde 2006, o dia 3 de outubro é feriado estadual em comemoração ao Dia dos Mártires de Uruaçu e Cunhaú, segundo Lei Nº 8.913.

No local do massacre, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, foi erguido o ‘Monumento aos Mártires’, inaugurado no dia 5 de dezembro de 2000, com capacidade para receber 20 mil peregrinos.

O espaço, aberto a turistas e religiosos, abrange uma área de dois hectares, doada pela família Veríssimo, proprietária da fazenda. O monumento foi projetado pelo arquiteto Francisco Soares Junior.

Foram canonizados (nem todos têm os nomes identificados):

Pe. André de Soveral

Pe. Ambrósio Francisco Ferro (português)

Mateus Moreira

Domingos de Carvalho

Antônio Vilela Cid (espanhol)

Antonio Vilela, o moço e sua filha

Estevão Machado de Miranda e suas duas filhas

Manoel Rodrigues Moura e sua esposa

João Lostau Navarro (francês)

José do Porto

Francisco de Bastos

Diogo Pereira

Vicente de Souza Pereira

Francisco Mendes Pereira

João da Silveira

Simão Correia

Antonio Baracho

João Martins e seus sete companheiros

A filha de Francisco Dias

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Beatificação ocorreu em 2000

O processo de beatificação em reconhecimento ao feito dos mártires de Uruaçu e Cunhaú foi concedido pela Santa Sé em 16 de junho de 1989

Em 21 de dezembro de 1998 o papa João II assinou o decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos.

A celebração de beatificação aconteceu na Praça de São Pedro, no Vaticano, no dia 5 de março de 2000. A cerimônia religiosa foi presidida pelo papa João Paulo II.

Mártires de Cunhaú e Uruaçu

Os massacres ocorreram nas comunidades de Uruaçu e Cunhaú, que ficam respectivamente nas cidades de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, e Canguaretama, no litoral Sul do Rio Grande do Norte. A cultura religiosa nas cidades está fortemente ligada à figura dos mártires.

O primeiro massacre aconteceu na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, em Canguaretama. Já o segundo massacre ocorreu em Uruaçu (veja detalhes de cada caso mais abaixo).

Tudo começou quando os holandeses tomaram a iniciativa de invadir o nordeste brasileiro para cobrar as dívidas dos portugueses que construíram engenhos com dinheiro emprestado pela Holanda.

O título de márties – também conhecido como Protomártires do Brasil – foi dado aos cristãos martirizados nos dois municípios em decorrência das invasões holandesas no Brasil. Em 1645, mais de 80 fiéis da Igreja Católica foram mortos; destes, 30 foram martirizados.

Cunhaú

O massacre de Cunhaú, ocorrido no primeiro engenho construído em território potiguar, é considerado um dos mais trágicos da história do Brasil.

Em 1645, o estado do Rio Grande, que tinha sua maioria católica, era dominado pelos holandeses calvinistas. Jacob Rabbi, um alemão a serviço do governo holandês, chegou ao engenho no dia 15 de julho daquele ano. Ele, porém, já era conhecido pelos moradores da região, pois havia passado por lá anteriormente, sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias.

No dia seguinte, como de costume, os fiéis se reuniram para celebrar a eucaristia e foram à missa na Igreja de Nossa Senhora das Candeias. O pároco, padre André de Soveral, começou a cerimônia, mas, depois do momento da elevação do Corpo e Sangue de Cristo, as portas da capela foram fechadas, dando início a violência ordenada por Jacob.

Uruaçu

O massacre de Uruaçu aconteceu no dia 3 de outubro de 1645, três meses depois do ocorrido em Cunhaú, também a mando de Jacob Rabbi.

Dizem os cronistas que, logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou pela Capitania. Receosa, a população tinha medo que novos ataques acontecessem.

Segundo a história, neste segundo massacre as tropas usaram mais crueldade. Depois da elevação, fecharam as portas da igreja e os fiéis foram mortos.

A história conta que as vítimas tiveram as línguas arrancadas para que não fossem proferidas orações católicas. Além disso, tiveram braços e pernas decepados. Crianças foram partidas ao meio e degoladas.

O celebrante da missa, o padre Ambrósio Francisco Ferro, foi muito torturado. O camponês Mateus Moreira teve o coração arrancado. E, ainda vivo, exclamou: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”.

Por g1 RN

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