PALMARES RESSIGNIFICANDO A HISTÓRIA DOS AFRICANOS QUE VIERAM ESCRAVIZADOS PARA O BRASIL PAVIMENTANDO O FUTURO DE NOVAS GERAÇÕES
O presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, está desde o dia 10 de junho com agenda até terça-feira (11) na capital do estado do Rio de Janeiro, para fazer uma série de reuniões no intuito de dar prosseguimento as pautas geradas desde o ano anterior. João Jorge que é fundador e ex presidente do bloco afro Olodum da Bahia, vai usar todo o seu Know-how adquirido a frente desse bloco reconhecido internacionalmente para implementar a gestão da fundação.
A principal pauta é sobre o cais do Valongo. O comitê gestor se reuniu nessa segunda-feira para dar continuidade sobre os recursos que o BNDES disponibilizou na recuperação do armazém que foi construído pelos irmãos Rebolças, transformando-o em museu.
Na conversa, o presidente da fundação ressaltou a linha de ação que a instituição está desenvolvendo.
João Jorge falou sobre ações com os seguimentos do Poder Público e Privado, exercendo o ‘’diálogo palmarino’’. Conversando e avançando nas ações que estão sendo colocadas para o crescimento e a consolidação de sua gestão perante a comunidade negra.
João Jorge ressaltou o ressignificado do rito de passagem entre gerações.
Dialogar com os jovens pretos da universidade e da periferia para criar uma sinergia, fazendo com que as novas gerações sejam protagonistas do projeto político que devemos implementar no século 21.
Usar do notório saber e da academia para construir uma identidade nacional de pretitude em uma sociedade que os pretos e pardos são em torno de 65% da população brasileira.
Falou também sobre o uso das tecnologias para propagar e interagir com os diversos segmentos pretos, ouvindo, codificando e transformando em ações públicas.
Nesse sentido fez parcerias com a biblioteca nacional para digitalizar todo o acervo da biblioteca existente na fundação palmares e integrar às 60 bibliotecas públicas e privadas existente no território nacional que trabalha com a temática afro.
Levar políticas para os 27 estados da federação dando um olhar especial na infraestrutura e tecnologia dos territórios quilombolas. Pretende recuperar a estrutura física dos pontos históricos que se tem como legado da luta do povo preto. Para isso está fazendo a interface com diversos ministérios a fim de viabilizar os projetos.
Está em curso a negociação para que o orçamento da fundação, congelado a 20 anos, passe de 13 milhões para 60 milhões.
No campo do afro turismo está em tratativas com ministério do turismo e a EMBRATUR.
A proposta é sempre ter um olhar empreendedor com formação profissional e linha de créditos, para alavancar bons negócios gerando renda para o segmento afro ajudando aquecer a economia do País.
Ainda na pauta de ontem houve reunião com o diretor cultural do Renascença Clube, João Carlos Martins, e o editor de cultura do Jornal Gazeta Rio, Amaury Oliveira.
No que tange a conversa com o Renascença, João Carlos Martins colocou a importância do encontro nacional dos clubes centenários na sua grande maioria, resgatando espaços, refazendo uma leitura histórica e oxigenando os territórios para que tenham um significado histórico na atualidade. Martins ressaltou que o encontro será muito produtivo e que seja feito em 2024 no
Espaço do Renascença Clube. Falou ainda sobre o projeto que está sendo desenhado com as comunidades no entorno do clube, voltado para os jovens com cursos de inclusão no mercado de trabalho e o empreendedorismo, além do acervo da agremiação que precisa ser tratado.
O projeto de comunicação usando as redes sociais, Amaury Oliveira do Jornal Gazeta Rio, falou sobre a importância de difusão nacional de uma comunicação voltada para a população negra, tendo artistas e ativistas na luta antirracista sendo vinculados nos meios de comunicações tradicionais expressando experiências vividas e vivenciadas, fazendo com que multiplique o saber sobre a ancestralidade negra e o empoderamento da autoestima e renda. Falou também de um percentual de publicidade dos órgãos públicos destinados para veículos de comunicação progressista que divulgam a temática negra.
Em suma, temos que resgatar o passado para construir o presente, projetando o futuro.
Por Amaury Oliveira