PACHECO NÃO IRÁ A EVENTOS DE LULA SOBRE OS DOIS ANOS DOS ATOS GOLPISTAS
Palácio do Planalto organiza atos simbólicos para relembrar o ataque aos Três Poderes que ocorreram em 8 de janeiro de 2023. Hugo Motta e Davi Alcolumbre também devem desfalcar cerimônias nesta quarta-feira
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não participará dos atos preparados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para relembrar os dois anos do ataque golpista às instituições democráticas, nesta quarta-feira (8/1). A assessoria de comunicação do parlamentar informou que o motivo da ausência é uma “viagem ao exterior, programada anteriormente”. O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), primeiro-vice presidente da Casa, o representará nas cerimônias previstas.
Lula agendou discursos de políticos e um abraço simbólico à Praça dos Três Poderes, para relembrar a tentativa de golpe. Também serão reapresentadas as obras de arte danificadas durante os ataques — que passaram por restauração.
O líder do Republicanos na Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), e o senador Davi Alcolumbre (União-AP), também não devem participar do ato simbólico. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que faltou na cerimônia do ano passado, realizada no Congresso, não informou se irá às solenidades desta quarta-feira.
Lula também convocou todos os seus 38 ministros para o evento, durante jantar de confraternização no fim do ano. Além disso, chamou os comandantes das Forças Armadas: general Tomás Paiva, do Exército; tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, da Aeronáutica; e almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, da Marinha.
No Supremo
O Supremo Tribunal Federal (STF) promoverá, amanhã, às 14h, uma roda de conversa para relembrar os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro. O vice-presidente da Corte, ministro Edson Fachin, abrirá o encontro — que também contará com o recebimento de obras de arte, produzidas com destroços da invasão, de quatro artistas plásticos de Brasília.
Participarão da conversa servidores e colaboradores que atuaram na limpeza e reconstrução das instalações depredadas, além da restauração das obras destruídas durante a invasão ao Supremo.
No mesmo dia, a Corte pretende lançar uma página de memória na web com informações completas, que vão desde os ataques e a destruição do prédio até o processo de reconstrução e a responsabilização daqueles que invadiram e depredaram as instalações do tribunal.
Atos golpistas
Em 8 de janeiro de 2023, extremistas invadiram e depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes, por não aceitarem a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas. Diante da situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal para assumir a segurança do DF. O governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo por 90 dias e Anderson Torres, que respondia pela segurança pública da capital, foi preso.
A Procuradoria-Geral da República indica que houve omissão de agentes públicos responsáveis pela segurança dos locais invadidos. Desde então, 371 pessoas que participaram dos atos antidemocráticos foram condenadas pelo STF.
As condenações dos executores variam entre 15 anos e 17 anos de prisão, por crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.
Para os acusados de incitação aos atos, as condenações são de 1 ano de prisão, mas foram substituídas por prestação de serviços comunitários e a presença em um curso sobre democracia.
Por Luana Patriolino- CB