OPOSIÇÃO COBRA MEDIDAS CONTRA A DENGUE EM NITERÓI
Vereadores questionam número oficial de casos e dizem ter recebido denúncia de falta de testes para detecção da doença na rede municipal de saúde
Em meio à disparada de casos de dengue no país, os números oficiais em Niterói apontam uma cidade na contramão deste cenário. De acordo com a Secretaria de Saúde, enquanto no Rio de Janeiro a incidência de casos é de 3.900 por cem mil habitantes, a taxa da cidade é de 0,8. Ou seja, menos de cinco pessoas comprovadamente infectadas. O Ministério da Saúde estima que o número de casos de dengue no Brasil chegue a cinco milhões este ano.
Apesar deste cenário, vereadores da oposição mostram desconforto com a situação e pedem medidas mais contundentes no combate à dengue.
Daniel Marques (Sem Partido) afirma que recebeu informações sobre falta de material para realização de testes na rede municipal. Por esse motivo, o parlamentar entrou com uma ação judicial para pedir explicações à prefeitura sobre o caso.
— Nosso mandato recebeu diversas mensagens sobre pessoas com sintomas de dengue. Quando vimos a postagem da prefeitura informando que a cidade tinha apenas três casos, não acreditamos. Coincidentemente ou não, no mesmo dia dessa postagem, funcionários da rede de saúde garantiram que faltavam insumos para realizar os testes e que demora semanas para os resultados deles serem divulgados. Ora, como sabem que temos apenas três casos se faltam insumos para testar? Queremos transparência e ações concretas de prevenção — afirma.
Outro que pede maior atenção à doença é o vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL). Em ofício encaminhado à prefeitura, ele cobrou a ampliação das equipes de vigilância sanitária para a fiscalização de imóveis. Além disso, o documento cita as obras no entorno do Caminho Niemeyer como possíveis focos do mosquito transmissor. Por outro lado, o vereador, que é membro da Comissão Permanente de Saúde da Câmara dos Vereadores, elogiou o uso do método Wolbachia, que é um microrganismo inserido artificialmente nos ovos do Aedes aegypti, fazendo com que o mosquito diminua a capacidade de transmitir o vírus da zika, da chikungunya e da febre amarela. Em 2023, Niterói se tornou a primeira cidade brasileira com 100% do território coberto pelo método, segundo a prefeitura.