NYT: presença nazista no exército da Ucrânia mina apoio ao país na guerra
Jornal norte-americano tenta negar que governo de Zelensky seja aliado de grupos nazistas, mas admite que estes formam parte das Forças Armadas do país.
Opera Mundi – A presença de grupos nazistas dentro das Forças Armadas ucranianas vem sendo denunciada pela Rússia desde antes do início da guerra entre os dois países, em fevereiro de 2022. Porém, somente nesta segunda-feira (05/06), o jornal The New York Times, um dos mais prestigiados dos Estados Unidos, admitiu essa situação.Em reportagem assinada pelo jornalista Thomas Gibbons-Neff [com colaboração de Kitty Bennett e Susan C. Beachy], o periódico afirma que “a presença de emblemas nazistas nos uniformes de algumas tropas ucranianas leva o país a correr o risco de alimentar a propaganda russa”.
O jornal lembra que a “desnazificação da Ucrânia” foi um dos argumentos usados pelo presidente russo Vladimir Putin quando iniciou o ataque ao país vizinho, alegando grupos neonazistas ucranianos contavam com a cumplicidade de Kiev para atacar a maioria de etnia russa presente na região do Donbas [províncias de Dontesk e Lugansk], com o objetivo de expulsá-los de lá.
Entre os símbolos nazistas encontrados pela reportagem em diferentes fotos de soldados ucranianos estão o Totenkopf, emblema com uma caveira e ossos cruzados, também conhecido “cabeça da morte”, e o Sol Negro, ou Sonnenrad, que foi adotado pelo general alemão Heinrich Himmler, diretor da SS durante o regime de Adolf Hitler. O Sol Negro é, até hoje, uma das iconografias mais populares entre grupos neonazistas e supremacistas brancos.
“Cada fotografia onde aparecem militares ucranianos com uniformes carregando insígnias que fazem alusão à Alemanha nazista deixa diplomatas, jornalistas ocidentais e grupos de defesa em uma posição difícil: chamar a atenção para essa iconografia corre o risco de jogar a favor da propaganda russa. Não dizer nada permite que ela se espalhe”, afirma a reportagem.
Um dos entrevistados da matéria é Michael Colborne, pesquisador do grupo investigativo Bellingcat que estuda a extrema direita internacional. Segundo ele, “o que me preocupa neste caso é que figuras ucranianas em posições de liderança não reconhecem ou não se mostram dispostas a reconhecer e entender que esses símbolos são mal vistos fora da Ucrânia”.Apesar de admitir a presença de nazistas nas Forças Armadas ucranianas, a reportagem do The New York Times se esforça em negar que o governo do país seja adepto do nazismo, usando como argumentos o fato de o presidente Volodymyr Zelensky ser judeu e afirmando que as imagens de soldados com emblemas nazistas, apesar de serem muitas, “são parte de um movimento de extrema-direita que permanece politicamente marginalizado no país”.
Por: 247