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“NEFELIBATO” PRORROGA TEMPORADA ATÉ 13 DE FEVEREIRO NO TEATRO GLAUCE ROCHA

Pelas ruas da cidade, Anderson oscila entre a lucidez e a loucura – ele hoje é apenas a sombra de um homem outrora bem-sucedido, mas que perdeu tudo: sua empresa, todas as suas economias, o grande amor da sua vida e um parente querido. Na fronteira com o delírio, mas ainda capaz de lampejos de sabedoria, essa pungente figura é interpretada pelo ator Luiz Machado no solo “Nefelibato”. Escrito por Regiana Antonini, dirigido por Fernando Philbert e com supervisão artística de Amir Haddad, o monólogo faz sucesso há quase nove anos nos palcos do país. A peça prorroga temporada, até 13 de fevereiro, no Teatro Glauce Rocha, no Centro. As sessões são às quartas e quintas-feiras, às 19h, até 06 de fevereiro. Luiz Machado está também em cartaz, no mesmo teatro, com seu mais recente espetáculo, “As artimanhas de Molière”, às sextas e aos sábados, às 19h, e aos domingos às 18h.

A trama de “Nefelibato” é ambientada na década de 90, mas dialoga muito com o Brasil de hoje. Em cena, os efeitos devastadores do Plano Collor, que levaram Anderson a se tornar morador de rua. O país voltava a ter um governo eleito democraticamente e a inflação galopante exigia medidas drásticas. A saída da nova equipe econômica foi confiscar parte da caderneta de poupança da população, o que levou milhares de brasileiros ao desespero e à bancarrota. Muitos enlouqueceram. Esse é o caso de Anderson, que ainda amarga outras perdas em sua vida.

“Anderson é alguém que vive situações limite. Um equilibrista no fio tênue entre lucidez e loucura, vida e poesia”, diz o ator Luiz Machado, que tem quase 30 anos de carreira (incluindo teatro, TV e cinema). “Ele vai morar na rua nos anos 90, quando perde dinheiro e família, mas suas reflexões se encaixam muito bem no período em que estamos vivendo. Ele fala sobre as relações humanas, como as atitudes que nós tomamos sem pensar muito costumam ser individualistas”, acrescenta.

O quanto de loucura é necessário para o ser humano não perder a própria vida? Essa pergunta acompanhou o diretor Fernando Philbert ao longo do processo da montagem. “Quis tratar do instinto de sobrevivência que o ser humano tem e esquece que tem. Viver na rua é o caminho que ele encontrou para continuar vivo”, destaca o diretor.

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