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“NÃO HAVIA RAZÃO TÉCNICA PARA A ALTA DOS JUROS”, DIZ MANTEGA

Ex-ministro da Fazenda também afirmou que o Brasil pode crescer a um ritmo mais forte, sem produzir inflação

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central decidiu aumentar a Selic em 0,25 ponto porcentual, elevando a taxa básica de juros para 10,75%. Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o economista e ex-ministro Guido Mantega brincou com a decisão, afirmando que o mercado já esperava o aumento e que, portanto, a medida não trouxe surpresa. “Eu tinha tomado Rivotril, porque já esperava que os juros iam subir. O mercado todo já tinha precificado isso,” declarou Mantega.

O ex-ministro questionou a necessidade da alta, argumentando que a inflação está sob controle no Brasil. “Os últimos indicadores de agosto mostraram uma deflação leve, e o IPCA registrou uma pequena redução. Não há razões técnicas para justificar o aumento dos juros,” afirmou. Ele comparou a situação com a política monetária de outros países, observando que a maioria, incluindo o Federal Reserve dos EUA, está reduzindo as taxas de juros.

Mantega também criticou a justificativa dos defensores da alta, que alegam que a economia está aquecida. “Os ortodoxos sempre acham que o produto potencial é baixo e que qualquer crescimento acima de dois por cento gera inflação. Mas a economia brasileira está crescendo a um ritmo de três por cento, o que é excelente”, explicou. Ele sugeriu que a decisão do Copom pode ter uma motivação política, ressaltando que a desaceleração da economia está prevista e a inflação deve continuar em baixa.

O economista prevê que, com a queda do dólar e possíveis reduções adicionais na taxa de juros americana, o Banco Central brasileiro pode precisar revisar sua política. “Se o câmbio se desvalorizar e houver mais uma redução na taxa de juros americana, o Banco Central terá que reconsiderar a situação”, concluiu Mantega.

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