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“NÃO É PORQUE SOU MULHER DO PRESIDENTE QUE VOU FALAR SÓ DE BATOM”, PROTESTA JANJA

‘Falaram que fui a única que entrou com o presidente na reunião do G20. Entrei porque ele não soltou da minha mão e falou: ‘você está comigo e vai entrar comigo”, relatou

 A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, respondeu às críticas por supostamente participar excessivamente dos assuntos do governo. Ela é vista frequentemente ao lado do presidente Lula (PT) em eventos e reuniões importantes e, segundo contou ao jornal O Globo, tem a anuência de Lula para agir assim.

“Não participo das reuniões do presidente Lula. O povo acha que eu fico lá sentada. Não faço isso. Todo dia, ele tem uma reunião com os ministros do Palácio do Planalto, mas não estou nesses espaços de decisão. Minhas conversas com o presidente são dentro de casa, no nosso dia a dia, no fim de semana, quando a gente toma uma cerveja. Quando estou incomodada, eu vou lá e questiono. Não é porque eu sou mulher do presidente que vou falar só de marca de batom”, afirmou.

Sobre a reunião do G20, em que entrou de mãos dadas com o presidente, ela contou que foi Lula quem a incentivou a acompanhá-lo. “Vou continuar ao lado do presidente, porque acho que é esse o papel que tenho que desempenhar. Não é uma questão de ser eleita ou não. Existem ministros que concorreram e ganharam a eleição ao Senado ou à Câmara, mas a maioria não foi eleita e está lá. Falam muito de eu não ter um gabinete, mas precisamos recolocar essa questão. Nos EUA, a primeira-dama tem. Tem também agenda, protagonismo, e ninguém questiona. Por que se questiona no Brasil? Vou continuar fazendo o que acho correto. Sei os limites. Eu quero saber das discussões, me informar, não quero ouvir de terceiros. Falaram que fui a única primeira-dama que entrou com o presidente no dia da reunião do G-20. Entrei porque ele não soltou da minha mão e falou: ‘Você está comigo e vai entrar comigo’. Eu me sinto segura”.

Janja contou que em um evento em Portugal, se recusou a ser colocada atrás do presidente. “Não é só no Brasil. Em um evento no Parlamento de Portugal, duas senhoras do cerimonial falaram: ‘seu lugar é atrás do presidente’. Falei: ‘não, amor. Eu não fico atrás do presidente, sempre fico ao lado dele’. A esposa do António Costa (primeiro-ministro do país) me falou que também sofre com isso. Basta uma que faz diferença para que todas façam”.

Por Brasil 247

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