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MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO RECRIA ARTEFATOS ARQUEOLÓGICOS INDÍGENAS EM EXPOSIÇÃO GRATUITA

Entre os objetos que serão recriados através de tecnologia de impressão 3D está uma urna marajoara perdida no incêndio do Museu Nacional em 2018.

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), no Aterro do Flamengo, na Zona Sul carioca, será palco, nos próximos dias 12, 13 e 14, de um evento que pretende demonstrar como a tecnologia pode conectar a sociedade moderna com os povos indígenas brasileiros. O evento terá entrada gratuita.

Além de receber a exposição “Ore ypy rã – Tempo de Origem”, o MAM Rio também vai recriar artefatos arqueológicos indígenas, como a urna marajoara perdida no incêndio do Museu Nacional em 2018.

A peça será recriada na frente do público, através de uma máquina de impressão em cerâmica 3D, no primeiro dia de evento, na sexta-feira (12). (Confira a programação completa no fim do texto).

Quem for ao MAM também participará de uma oficina interativa com a primeira tecnologia de impressão das Américas: um carimbo de pintura corporal de cerâmica também usado entre os índios da Ilha de Marajó.

Carimbo de pintura corporal, considerado tecnologia ancestral de impressão — Foto: Reprodução performance de Anita Ekman

Carimbo de pintura corporal, considerado tecnologia ancestral de impressão — Foto: Reprodução performance de Anita Ekman

De acordo com as curadoras Sandra Benites, indígena Guarani Nhadeva, e Anita Ekman, a ideia é mostrar como passado e presente se conectam em suas tecnologias e promover uma experiência única aos visitantes.

“O Brasil ainda não pediu o repatriamento dos seus artefatos arqueológicos. Mais do que recuperar o patrimônio material, precisamos compreender e ressignificar o sentido desse patrimônio arqueológico a partir da visão e da salvaguarda do patrimônio imaterial das comunidades, dos povos da floresta”, explicou Anita Ekman.

Exposição “Ore ypy rã – Tempo de Origem”

 

O evento no MAM também será uma oportunidade do público de conhecer a exposição “Ore ypy rã – Tempo de Origem”. Desde 2021, Sandra Benites e Anita Ekman trabalham com o objetivo de mapear artefatos arqueológicos dos indígenas do Brasil espalhados em museus dos Estados Unidos e da Europa.

A pesquisa de Sandra e Anita resultou no mapeamento de urnas funerárias da Ilha de Marajó (PA) e de zóolitos sambaquis provenientes de Santa Catarina.

As peças mapeadas até o momento com o auxílio da arqueóloga Cristiana Barreto, especialista em coleções marajoaras, demonstraram que a história por trás dessas coleções está intimamente ligada à violência e ao legado colonial das expedições científicas organizadas no final do século XIX para as florestas brasileiras.

Essas expedições foram lideradas por homens europeus e norte-americanos a fim de formarem as coleções dos museus ao redor do mundo.

Espalhadas em mais de 20 instituições, as coleções marajoaras estão presentes, dentre outros, no Museu Etnológico de Berlim, no Museu do Quai Branly da França e no Peabody Museum de Harvard (EUA), além de oito museus brasileiros, como o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.

Em paralelo ao evento no MAM, o Juntes na Cultura também estará promovendo uma mostra de cinema no Estação NET Rio, em Botafogo. Serão quatro filmes que tratam de assuntos como decolonização, protagonismo indígena e pilhagem de obras de arte.

As sessões acontecerão, sempre às 19h30, nos dias 12, 13 e 14 de maio. No dia 13, haverá também uma mesa redonda sobre as cosmovisões indígenas do Atlântico com os criadores dos filmes “Leviathan – Episódio 8”, Shezad Dawood, Carlos Papa, Anita Ekman, Sandra Benites e Cristine Takua, e “A Serra do Roncador ao Poente”, Armando Lacerda.

Programação

 

12 de maio (sexta)

  • A partir das 9h: Impressão da urna perdida no incêndio do Museu Nacional
  • 16:00 – 17:00: Abertura da exposição
  • Mesa de Abertura sobre o Projeto Tempo de Origem e o Rematriamento dos artefatos arqueológicos indígenas do Brasil através da arte contemporânea, com Larissa Ye’padiho, Anita Ekman, Cilene Andrade (Coletivo Mangue Marajó) e Isabel Hölzl (Diretora do Instituto Goethe). Mediação: Cristiana Barreto.
  • Palestra da arqueóloga Cristiana Barreto: Cerâmica Marajoara – Patrimônio em diáspora.

 

 

13 de maio (sábado)

  • 10:00 – 10:30: Abertura da exposição com reza e música
  • Carlos Papa, Cristine Takua e acompanhamento de violão de Patrick Angello
  • 11:30 – 12:30: Arqueologia e arte contemporânea
  • Oficina de impressão 3D em cerâmica, criação de carimbos de cerâmica para pintura corporal e pintura em tecido.
  • Atividade aberta para crianças e pais com Chico Simões, Anita Ekman e Verônica Pinheiro.
  • 15:00 – 16:00: Conversas com o Objeto – o caso da Urna de Berlim*. Coordenação de Claudia Mattos Avolese, com a participação de Larissa Ye´padiho, Cilene Oliveira Andrade (Atelier Mangue Marajó) e convidados.
  • Urna re-materializada pelo projeto Atlas of Lost Finds e Tempo de Origem no Ateliê Mangue Marajó.
  • 16:00 – 17:00: Cosmovisões indígenas da floresta
  • A nhe´ery (Mata Atlântica) Guarani e os Sambaquis: Palestra sobre a Nhe´ery de Carlos Papa, Cristine Takua e palestra sobre os Sambaqui e a história indígena da Baía de Guanabara com Diogo Borges (arqueólogo). Mediação: Anita Ekman.

 

14 de maio (domingo)

  • Exposição

 

Serviço:

 

  • Exposição Ore ypy rã – Tempo de Origem
  • Datas: 12, 13 e 14 de maio
  • Local: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro
  • Entrada gratuita

Por G1

 

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