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MUITA CHUVA E CONCENTRAÇÃO DE SOBRA: O PONTAPÉ INICIAL DE BRUNO LAGE NO COMANDO DO BOTAFOGO

Treinador é reverenciado no empate em 1 a 1 com o Patronato, no Nilton Santos

O tom de busca por serenidade tende a ditar o trabalho de Bruno Lage no Botafogo . Na beira do campo do Nilton Santos pela primeira vez, nem mesmo a chuva no Rio de Janeiro tirou a atenção do treinador português durante o empate em 1 a 1 com o Patronato. A estreia aconteceu depois dele ser inscrito no BID da CBF e a Conmebol dar aval para ele estar no jogo da Copa Sul-Americana.

Assim que o jogo iria começar, o treinador viu que era bem-vindo: a torcida entoou um coro de “ah, é Bruno Lage!”. E ele sentiu-se em casa para tentar conduzir o Alvinegro. Atento, Lage gritava, gesticulava, chamava para dar orientações e procurava ao máximo sair com a vitória na partida válida pelos playoffs da Copa Sul-Americana.

Logo aos dois minutos, porém, uma atitude sua chamou a atenção. Janderson havia acabado de dar uma arrancada pela direita e, depois de passar por Domingo, cruzado para Luis Henrique, sozinho, mandar para a rede. Enquanto os jogadores botafoguenses iam ao delírio, Bruno Lage seguia à espreita, compenetrado na área técnica.

– Meu jeito é esse. Gosto de estar tranquilo, porque se nós vamos atrás das emoções, por vezes perdemos a razão. É lógico que posso estar muito concentrado naquilo que vai acontecendo jogo a jogo, isso é mais importante até. A forma que a equipe comemorou de forma muito efusiva logo aos dois minutos. Às vezes faltam 88 pela frente e a experiência me deixa sempre um pouquinho mais tranquilo – afirmou, durante a entrevista coletiva.

Desde a etapa inicial, o técnico não parou de cobrar atenção da marcação alvinegra. O Patronato escapava em alguns momentos pelas pontas e em jogadas aéreas, a ponto de exigir duas vezes Gatito Fernández.

Quando o Botafogo retomava seu ímpeto, o técnico também alertava em relação a jogadas e posicionamento. Em um momento no qual o jogo estava paralisado, Lage aproveitou para chamar Di Plácido e passar uma orientação ao lateral na beira do campo.

Nem mesmo quando a chuva ficou mais forte, o técnico deixou a beira de campo. Bruno Lage gradualmente procurava fazer seu estilo de jogo se encaixar aos atletas que estavam em campo.

Mesmo após o empate cedido ao Patronato, o técnico manteve sua obstinação. Contando com a ajuda do auxiliar Lúcio Flávio, o português passava suas orientações, tentava encontrar alternativas para a equipe alvinegra.

A vitória não veio, mas a classificação foi assegurada. O treinador chegou a ouvir algumas vaias, rapidamente abafadas pelas arquibancadas. Prova de que chega com moral e a torcida do Botafogo o apoia até debaixo d’água.

– Foi fantástica a forma como me receberam e a palavra de apoio, de apreço por, num dia como esse… Para nós, em Portugal, é um dia normal de outono mas, aqui é um dia terrível, dia de inverno e estavam 20 mil pessoas a apoiar uma equipe numa eliminatória vinha com um 2 a 0 fora e vinha a jogar em casa. Isso só revela a paixão que as pessoas têm pelo clube e nos sentimos gratos por ter esse apoio atrás de nós – afirmou.

Compenetrado em campo, Bruno Lage se empenha para deixar a chama do Botafogo acesa até mesmo em dias bem chuvosos.

Por Vinícius Faustini

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