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MAURO CID ORIENTOU OFICIAL DO EXÉRCITO A IGNORAR RECOMENDAÇÃO DO MPF PARA DESMOBILIZAR ACAMPAMENTOS GOLPISTAS: ‘MANDA SE FOD**!’

“Eles [o MPF] não podem multar. Eles não podem prender. Eles não podem fazer porra nenhuma. Só vão encher o saco”, diz o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em áudio

Ao deflagrar a Operação Tempus Veritatis na semana passada, a Polícia Federal (PF) destacou mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, na época ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que evidenciam a “anuência de militares com manifestações antidemocráticas” que ocorreram em frente a quartéis.

Segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, do G1, em um diálogo transcrito pela PF Mauro Cid, orienta um oficial do Exército a ignora uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para desmobilizar um acampamento golpista montado em frente, a uma unidade do Exército em Caxias do Sul (RS). >>> PF cruzou dados do Alvorada e de celulares para confirmar relato de Mauro Cid sobre minuta de decreto golpista

“Cara, vou ser bem sincero contigo. Tá recomendado… manda se foder! Recomenda… está recomendado. Obrigado pela recomendação (…) Eles [o MPF] não podem multar. Eles não podem prender. Eles não podem fazer porra nenhuma. Só vão encher o saco. Mas não vão fazer nada, não”, diz Cid. >>> Gonet deve acelerar denúncia contra Bolsonaro, que pode pegar 23 anos de cadeia e ficar inelegível até 2047

Ainda conforme a reportagem, o áudio foi enviado ao tenente-coronel Alex de Araújo Rodrigues, subcomandante do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea na época, que buscava ajuda de Cid, afirmando que “o MPF está colocando a gente contra a parede”. >>> Novo depoimento de Mauro Cid pode complicar ainda mais a situação de Bolsonaro

Rodrigues compartilhou com Cid o texto da recomendação feita pelos procuradores de Caxias do Sul, que instava a unidade militar a adotar providências para desocupar a área ocupada por manifestantes golpistas. Entre as recomendações estavam a adoção de providências para a retirada de banheiros químicos, tendas e barracas usadas pelos manifestantes, que ocupavam uma área da União.

A recomendação do MPF apontava que a ocupação da área militar ocorria “de forma permanente e indevida, por manifestantes que incitam animosidade das Forças Armadas contra os poderes constituídos”.

Diante da resposta de Cid, Rodrigues pediu ao ajudante de ordens que informasse “Alves” sobre a orientação, alegando que este estaria “desesperado” com a iniciativa do MPF. Conforme a PF, “Alves” seria o tenente-coronel Anderson dos Santos Alves, comandante do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea.

Por Brasil 247

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