MAURO CID NEGOCIOU E VENDEU JOIAS NOS EUA, MOSTRAM MENSAGENS RECUPERADAS PELA PF
PF vai pedir às autoridades norte-americanas o envio para o Brasil da documentação comprovando as negociações e a venda de joias pelo ex-auxiliar de Bolsonaro
O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid negociou e vendeu joias também nos Estados Unidos, ainda neste ano, quando estava na Flórida, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para quem trabalhou como ajudante de ordens no Palácio do Planalto.
As informações estavam em mensagens encontradas por peritos da Polícia Federal no armazenamento em nuvem do telefone celular de Mauro Cid. O aparelho foi apreendido para investigações contra o ex-braço direito de Bolsonaro na Presidência da República.
Reportagem publicada pelo G1 nesta terça-feira (8) revelou a descoberta da PF. O portal diz que a PF vai pedir às autoridades norte-americanas o envio para o Brasil da documentação comprovando as negociações e a venda de joias por Mauro Cid, para que seja anexada ao inquérito em tramitação no Brasil.
Mauro Cid foi para os Estados Unidos com o Jair Bolsonaro – que viajou dois dias antes do fim do mandato e só retornou ao Brasil no fim de março; dessa forma, ele não passou a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu as eleições de 2022.
Mauro Cid tentou vender relógio Rolex ganho por Bolsonaro
A CPMI do 8 de janeiro já havia tido acesso a e-mails indicando que Mauro Cid negociou no Brasil um relógio Rolex, avaliado em cerca de R$ 300 mil, que foi dado como presente a Jair Bolsonaro em 2019, pelo governo da Arábia Saudita.
Conforme a legislação brasileira, a peça deveria ter sido devolvida ou incorporada ao patrimônio da União, devido ao alto valor. Mas reportagens mostraram que Bolsonaro já havia ficado com outras joias recebidas do governo da Arábia – ele só as entregou à União após as reportagens. Mauro Cid participou de operação para reaver outras joias dadas pelo governo da Arábia e retidas pela Receita Federal.
Na segunda-feira, Bolsonaro afirmou não ver “maldade” no fato de Mauro Cid ter tentando vender o Rolex. O ex-presidente tratou o caso como uma simples avaliação do item. No entanto, mensagens enviadas por Cid mostram ele tentando vender o item por US$ 60 mil a uma mulher.
Já Mauro Cid está preso em dependências do Exército por causa da falsificação de certificados de vacina contra Covid-19, de Bolsonaro e da filha dele. Laura. Mauro Cid depôs na CPMI do 8 de janeiro, mas se manteve em silêncio. A comissão não descarta convocá-lo novamente.