MÁRIO BITTENCOURT REITERA CONFIANÇA NO TRABALHO DE MANO MENEZES E PEDE UNIÃO EM MOMENTO DELICADO DO FLUMINENSE
Presidente do Fluminense conceceu entrevista coletiva nesta terça para dar explicações sobre momento ruim e pediu apoio dos torcedores nos jogos decisivos contra o rebaixamento
Depois de sofrer eliminações na Libertadores e na Copa do Brasil, e de retornar à zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o Fluminense vive um momento delicado na temporada mais uma vez. Na tarde desta terça-feira, o presidente Mário Bittencourt convocou uma entrevista coletiva para dar mais explicações sobre a situação ruim que o tricolor segue tentando sair no ano seguinte ao título da Libertadores.
O mandatório tricolor aproveitou o espaço para pedir “união” entre o clube e a torcida de olho nas rodadas finais do Campeonato Brasileiro e rechaçou uma possível saída de Mano Menezes do comando da equipe nesta reta final de temporada. Bittencourt afirmou que entende a oscilação da equipe e toda pressão, mas que mantém a confiança no treinador.
— Quando ele (Mano) chegou aqui, a gente tinha 6 pontos. Éramos lanternas do campeonato. De lá para cá, ele tem 50% de aproveitamento. Hoje, só quem tem 50% é quem está em sétimo, oitavo lugar. Vamos ter que manter isso. Os times que estão próximos da zona (de rebaixamento) têm 33% de aproveitamento. Nós tínhamos os objetivos das Copas também. É difícil estar nas quartas de final da Libertadores e fazer uma prioridade. Disputamos as Copas para vencer. Mas o objetivo principal era sair dessa situação incômoda do Campeonato Brasileiro. Sei que as pessoas ficam muito tristes com essa oscilação, mas temos que ter a cabeça no lugar para não tomar decisões precipitadas. Nós acompanhamos o Fortaleza em 2022, que teve uma arrancada, perdeu três, quatro jogos e depois voltou a subir. Nós temos também a rede social que diz que jogador bateu boca com treinador, que treinador discutiu com torcedor, e não podemos deixar que o externo chegue até a gente. Em nenhum momento passou pela nossa cabeça mexer no comando. Eliminamos o Grêmio, fomos eliminados pelo Atlético-MG no nosso pior jogo sob o comando do Mano. Fomos superados com toda justiça.
Bittencourt também falou sobre uma pequena reunião com as lideranças de torcidas organizadas. Na manhã desta terça-feira, parte da diretoria e o técnico Mano Menezes tiveram uma conversa com torcedores, onde o presidente não esteve presente, mas entendeu positivamente o entedimento entre clube e torcida.
— Sobre a questão do encontro que teve aqui hoje, os torcedores vieram cobrar, como já aconteceu em outras oportunidades. Temos uma conduta que, desde que seja sem violência, pacífico, sempre vamos estar de portas abertas para receber. Há dois meses já tinha ocorrido um movimento desse tipo. O Matheus Montenegro os recebeu com o Paulo Angioni, com o treinador, e faz parte. O clube é uma comunidade onde todos são importantes. Torcedores são importantes. Torcidas são importantes. Tivemos dignidade para recebê-los e eles fizeram as cobranças. Nós entendemos que demos as explicações que nos levam a estar vivendo esse momento. As cobranças são normais, as críticas são normais. Estamos de portas abertas para esse contato. Na reunião, dissemos que vamos estar unidos até o final, como foi em 2009. Em 2009, cheguei como gerente de futebol, tínhamos uma situação muito pior que essa de hoje, e lá fui eu que convoquei as torcidas para se unirem. Esse movimento está se repetindo agora, de fora para dentro. É uma união super válida, super bacana.
O planejamento para a temporada 2024 também foi assunto da coletiva de Bittencourt. O presidente do Fluminense admitiu que pode ter acontecido um equívoco na hora de escolher as prioridades – ainda sob o comando de Fernando Diniz – e que isso pode ter afetado a equipe em curto e longo prazo.
O Fluminense teve um início de temporada atribulado, principalmente por ter terminado 2023 já nos dias finais do ano por conta do Mundial de Clubes e voltou as atenções para a conquista da Recopa Sul-Americana.
— Não vou chamar de erro, mas de decisões que tomamos e que no momento entendemos que eram acertadas. Depois, ao longo do tempo, não surtiram o efeito que a gente desejou. Você planeja tudo na vida desejando o melhor, às vezes não acontecem como você planeja e você tenta corrigir o rumo. Acho que passa pelo fato de que terminamos o ano de 2023 em dezembro. Tivemos um mês a menos de preparação. Houve uma decisão de início de competição, em que botamos o time titular para jogar assim que voltou, contra o Bangu. Todo mundo ficou extasiado com o fato de o time ter voltado e vencido aquele jogo com quatro dias de treino. Aquele movimento contrariou um pouco a preparação física e a fisiologia, porque entendíamos precisar dar jogo ao time para ganhar a Recopa. Se deixássemos o time treinando por mais 15, 20 dias, a LDU chegaria com mais ritmo de jogo e a gente só em treino. A Recopa era muito simbólica para nós, contra a LDU, no Maracanã. O time de garotos que o Marcão estava comandando era líder (no Carioca). O Fernando (Diniz) teve essa decisão (de antecipar o retorno) e nos justificou à época dizendo que era para o time chegar na Recopa com (ritmo de) jogo. Deu certo naquele momento, ganhamos a Recopa. Hoje acreditamos que isso tenha atrapalhado de alguma forma a continuidade no campeonato.