LULA ASSINA DECRETO QUE REESTRUTURA O GSI. SEGURANÇA PRESIDENCIAL SEGUE A CARGO DOS MILITARES
O órgão terá um setor dedicado à segurança presidencial e a área de viagens ficará separada, além de uma secretaria própria para assuntos estratégicos
O decreto assinado pelo presidente Lula (PT), divulgado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (31), traz modificações significativas na estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Entre as mudanças destaca-se a criação de uma nova área dedicada exclusivamente à segurança presidencial, denominada Secretaria de Segurança Presidencial. Além disso, as responsabilidades relacionadas a viagens serão separadas e confiadas a um membro da Aeronáutica, enquanto questões estratégicas ganharão uma secretaria própria, informa o Estado de S. Paulo.
O GSI, embora continue a ser composto por quatro secretarias, passará por uma reconfiguração tanto em suas nomenclaturas quanto em seus focos de atuação. Um período de duas semanas será destinado para implementar as adaptações necessárias, que envolverão o remanejamento de profissionais. O decreto entrará em vigor a partir de 15 de setembro.
Anteriormente, existia a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial (SCP), que supervisionava os Departamentos de Segurança Presidencial (Dseg) e de Coordenação de Eventos, Viagens e Cerimonial (DCEV). Com essa reformulação, a Secretaria de Segurança Presidencial passa a ser instituída, abarcando os departamentos de segurança e apoio logístico.
Uma novidade no GSI é a inclusão da Secretaria de Coordenação e Assuntos Aeroespaciais, responsável pela supervisão do Departamento de Coordenação de Eventos, Viagens e Cerimonial Militar, bem como do Departamento de Assuntos Aeroespaciais.
Outra alteração relevante é a criação da Secretaria de Acompanhamento e Gestão de Assuntos Estratégicos, que centralizará a coordenação dos departamentos ligados aos Assuntos do Conselho de Defesa Nacional, à Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional, e aos Assuntos Nucleares.
Por fim, a quarta área estabelecida é a Secretaria de Segurança da Informação e Cibernética, responsável pela supervisão dos departamentos correspondentes.
A instauração da Secretaria de Segurança Presidencial sinaliza mais um episódio da tensão envolvendo a proteção do presidente da República e a dinâmica com as forças militares, especialmente em decorrência dos eventos ocorridos em 8 de janeiro. Historicamente, a responsabilidade pela segurança presidencial estava sob a égide do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). No entanto, após assumir a presidência, Lula expressou claramente sua desconfiança em relação a parte dos integrantes das Forças Armadas, devido à conexão deles com Jair Bolsonaro (PL). Como resposta, optou por criar uma Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República, entregando a supervisão à Polícia Federal. Houve até mesmo um período de intervenção no GSI, onde o gabinete ficou sob a tutela de Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça. Isso ocorreu depois que imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto revelaram o ex-ministro do GSI, General Gonçalves Dias, perambulando tranquilamente no edifício enquanto os eventos do dia 8 de janeiro se desenrolavam. A exoneração dele foi seguida por uma série de demissões. Em maio, o General Amaro assumiu como ministro e conduziu a reestruturação do GSI. Em junho, o decreto que originou a secretaria extraordinária perdeu sua validade, resultando no retorno da responsabilidade pela segurança presidencial ao Gabinete de Segurança Institucional. Lula recebeu a orientação de concentrar sua segurança nas mãos dos militares, que prevaleceram em um embate com a Polícia Federal.
Por Brasil 247