LIRA ENFRENTA DISSIDÊNCIAS NA DIREITA A QUATRO MESES DA ELEIÇÃO NA CÂMARA
A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, marcada para fevereiro de 2025, está trazendo elementos inesperados que alteraram o cenário e colocaram em dúvida previsões antes tidas como certas. Embora a corrida deva ganhar força após as eleições municipais, os movimentos dos pré-candidatos já geram análises.
Elmar Nascimento (União-BA), antes visto como o favorito de Arthur Lira (PP-AL), agora enfrenta desafios ao competir com Hugo Motta (Republicanos-PB), que surge como o novo nome de Lira na disputa. Lira, eleito presidente da Câmara em 2021 e reeleito em 2023, tenta manter sua influência, mas esbarra em obstáculos como a suspensão das emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e seu projeto de evitar o ostracismo ao deixar o cargo.
A relação entre Lira e Nascimento também mudou, com o último se distanciando após ser preterido. Recentemente, Nascimento fez um encontro com ministros ligados ao governo Lula, o que foi interpretado como uma provocação a Lira. Além disso, Marcos Pereira, presidente do Republicanos, desistiu de sua candidatura em favor de Motta, complicando ainda mais o cenário.
Lira busca uma candidatura que agrade tanto a Lula quanto a Bolsonaro, mas as movimentações recentes mostram que esse plano está cada vez mais distante. Cientistas políticos apontam que Lira enfrenta fragilidades ao não cumprir prazos e ao mudar de apoio de última hora. A comparação é feita com Davi Alcolumbre, que em 2021 articulou a eleição de um sucessor para manter sua influência.
O governo Lula também ganhou mais espaço na disputa com a fragmentação do centrão. Hugo Motta recebeu apoio de lideranças petistas, mas o PT ainda não se posicionou oficialmente. A decisão final deve ser tomada às vésperas da eleição. Mesmo com desafios, Lira ainda é uma figura influente no centrão, e sua capacidade de manter essa posição dependerá dos rumos da eleição e das definições sobre o controle do orçamento.