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KAIOWÁ EM DOURADINA (MS): DOIS MESES DE CONFLITO FUNDIÁRIO E DEMARCAÇÃO

Douradina (MS) tornou-se um ponto crucial no conflito fundiário brasileiro após a retomada de três áreas da Terra Indígena (TI) Panambi Lagoa-Rica pelos Guarani Kaiowá, há dois meses. Essa área, reconhecida pela Funai em 2011, tem 12.196 hectares e enfrenta sobreposições de 26 propriedades rurais. Desde então, a tensão aumentou com ataques armados contra os indígenas e incêndios. Recentemente, fazendeiros dispararam rojões contra a comunidade Guarani Kaiowá, e a Força Nacional interveio, resultando no abandono temporário do acampamento dos fazendeiros.

Os ataques incluem incêndios e disparos, como o ocorrido em 3 de agosto, que deixou indígenas feridos, incluindo Erielton, de 20 anos, com uma bala alojada no cérebro. Além disso, os Guarani Kaiowá enfrentam problemas com a água contaminada, que eles acreditam ser resultado de ações intencionais para dificultar sua permanência. O conflito está exacerbado pela indefinição do marco temporal e a falta de demarcação das terras. A situação reflete a luta contínua dos indígenas pela recuperação de seus territórios ancestrais em meio a uma crescente violência e hostilidade.

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