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‘JOVENS INFRATORES SÃO OS MAIS VULNERÁVEIS SOCIALMENTE NO BRASIL’, DIZ PESQUISADOR

Estudo mostra que, dos 117 mil menores que cumprem liberdade assistida no país, 76% são negros e 86% já sofreram violência policial

A criminalidade entre menores é um tema recorrente nos debates sobre segurança pública no
Brasil. O país não apenas tem a terceira maior população carcerária do mundo, com quase 910
mil presos entre provisórios e condenados, como registra, hoje, mais de 117 mil adolescentes
cumprindo medidas de liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade, além de
outros 26 mil jovens infratores vinculados às medidas de semiliberdade e internação estrita.
Os dados foram publicados a partir da Pesquisa Nacional de Medidas Socioeducativas em Meio
Aberto, realizada por docentes da Universidade Federal Fluminense (UFF), e escancaram uma
problemática presente na sociedade brasileira.
Na análise de Elionaldo Fernandes Julião, professor da instituição e com mais de 25 anos de
magistério, "jovens que cometeram atos infracionais são os sujeitos mais vulneráveis
socialmente no Brasil". Entre estes, estão os negros, os pobres, e a população com baixo nível
de instrução e que começou a trabalhar de forma precoce. Julião ainda relata que, segundo a
pesquisa, a classe social tradicionalmente é levada em consideração pela Justiça na aplicação
da sentença.
"Durante o curso de capacitação realizado com promotores públicos, ao apresentar essas
informações, um deles afirmou que os dados não eram verdadeiros, pois passaram por ele
muitos brancos de classe média; mas esse recorte ao qual nos referimos é dos adolescentes
que tinham sido de fato sentenciados. A pesquisa demonstra que somente os pretos e pobres
vão para o sistema socioeducativo, enquanto os outros são liberados", observou o
pesquisador.O perfil dos jovens
Um estudo mais aprofundado sobre o perfil dos menores infratores mostra que existem dois
pesos e duas medidas nos julgamentos. Por exemplo: 91% não concluíram o Ensino
Fundamental; 86% já foram agredidos por agentes do estado; quase 76,2% dos condenados

Por -Agência Brasil

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