JARDIM DE ALAH: PREFEITURA ANUNCIA VITÓRIA DE CONSÓRCIO QUE VAI GERIR O PARQUE POR 35 ANOS
Prefeitura publica vitória do Consórcio Rio + Verde, que deve investir R$ 85 milhões na revitalização. Projeto prevê lojas e restaurantes e causou controvérsia com grupo de moradores.
A Prefeitura do Rio publicou na segunda-feira (21) no Diário Oficial que o Consórcio Rio + Verde venceu a licitação de parceria público-privada para revitalização do Jardim Alah. O projeto prevê a integração total entre os bairros Ipanema e Leblon, e entre a praia e a Lagoa Rodrigo de Freitas.
A prefeitura fará em seguida a homologação do projeto e a assinatura do contrato. A próxima fase inclui pedidos de alvará e outras licenças: ambiental, de patrimônio e urbanística.
O Jardim de Alah é um parque público tombado, de 93,6 mil metros quadrados, que divide Ipanema e Leblon e liga a Lagoa Rodrigo de Freitas ao mar por um canal.
A empresa vencedora da licitação poderá explorar a área por 35 anos e assumirá os custos. Inicialmente, a revitalização foi estimada em R$ 112,6 milhões, mas o projeto vencedor propôs um investimento menor: R$ 85 milhões. Em troca, poderá explorar comercialmente a área, com a instalação de quiosques e lojas.
A proposta é que o Jardim de Alah permaneça com acesso gratuito.
O projeto prevê:
– novas pontes sobre o canal;
– recuperação de jardins;
– melhoria das ciclovias;
– lojas;
– quiosques com bares e restaurantes;
– infraestrutura de estacionamento;
– integração total do parque com o bairro;
– reconstrução de uma creche pública – fechada durante as obras do metrô;
– um playground para a escola municipal que funciona ao lado;
– quadras poliesportivas para as escolinhas de esporte, que já funcionam na Cruzada São Sebastião, e parcerias com os clubes da região.
O parque vai ter parte das estruturas mantidas, e ganhará um toque de arquitetura contemporânea. A ideia é, ao longo dos anos, reunir obras para um museu a céu aberto.
Polêmica com grupo de moradores
Sugestões de empresas e da população, discutidas em audiências públicas, ajudaram o município a elaborar o escopo da concessão.
A decisão da vitória foi publicada cinco dias após uma decisão judicial, favorável à Prefeitura do Rio, que liberou a concessão do Jardim de Alah, na última quarta-feira (9).
Um grupo de moradores moveu uma ação civil pública – agora extinta – alegando uma possível descaracterização do espaço, que poderia causar danos. Desde o início da discussão, faixas pretas com protestos contra a concessão foram amarradas nas grades do jardim.
Recurso de 2º colocado negado
O consórcio Rio + Verde havia ganhado a licitação no dia 7, mas a Duchamp, que ficou em segundo lugar, manifestou o interesse em recorrer e o resultado não pode ser homologado.
O grupo recorreu, e a prefeitura analisou, mas decidiu por manter a decisão da licitação.
O Jardim de Alah foi inaugurado em 1936 e ganhou esse nome por causa de um filme que fez sucesso na época. É formado por três praças: Almirante Saldanha, Grécia e Paul Claudel.
O canal é da década de 1920, criado para renovar as águas da Lagoa.
Em 2016, as calçadas foram reformadas com a chegada do metrô. Por elas, passa uma ciclovia que liga as pistas da Lagoa e a da orla.
Por Ben-Hur Correia, RJ1